sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Quem comandou a estratégia da pantomima?

Leitores do blog – vários – têm perguntado insistentemente, nos últimos dias, quem teria sido o mentor da, digamos, estratégia política do PMDB de aproveitar-se do Direito Fórmula 1 instituído por Sua Excelência José Scaff (do PMDB, claro) para dar posse ao ex-deputado José Priante, mesmo que ele não estivesse diplomado.
Direito Fórmula 1, vocês sabem, é aquele Direito rápido, rapidíssimo, um Direito a jato, que dispensa formalidades legais, que faz com que sentenças judiciais sejam cumpridas a 250 km/h. É um direito que anda mais rapidamente que este bólido da Ferrari que vocês veem acima.
Pois é.
Então, quem vocês acham que foi o mentor?
Terá sido o volante do Íbis, o pior time do mundo?
Ou Conca, o meia do time que também é hexa este ano?
Ou teria sido o bispo, que Belém ainda não tem?
O mentor, é claro, foi o deputado federal Jader Barbalho, presidente regional do PMDB.
Jader é o comandante do PMDB.
Manda no PMDB.
Dirige o PMDB com mãos de ferro, para não dizer de aço.
O PMDB, no Pará, não faz o que quer.
Faz o que Jader quer.
Porque Jader é o PMDB no Pará.
E o PMDB no Pará é Jader.
O PMDB jamais daria o passo que deu, naquela segunda-feira de pantomima, se Jader não estivesse com as mãos firmes no timão.
Esse, portanto, é um segredo de polichinelo: todo mundo sabe que Jader foi o mentor.
Agora, o que não se sabe ainda é com que propósitos Sua Excelência valeu-se do Direito Fórmula 1 para apressar a posse – que não houve - de Priante.
Aliás, façamos justiça a Scaff: ele só criou o Direito Fórmula 1 porque Jader mandou.
Era preciso alguém que, na Câmara, assumisse o comando da pantomima.
Quem seria?
O presidente da Casa, Walter Arbage, não poderia ser, porque é do PTB de Duciomar.
O 1º vice-presidente, Carlos Augusto Barbosa (DEM), adversário incondicional de Duciomar, chegou a ser contactado por Jader, por telefone, para dar posse a Priante. Mas se recusou.
Sensatamente, se recusou porque sabia que a posse seria, a rigor, inexistente, eis que nem diplomado Priante estava.
Quem sobrou?
Sua Excelência o 1º secretário, José Scaff Filho, do PMDB.
Pronto.
Foi assim.
Uma das hipóteses que teriam estimulado Jader a comandar a Operação Posse com Base no Direito Fórmula 1 é a de que, “empossado” Priante, seria criado um fato político novo, o da cidade com dois prefeitos.
Mas isso nunca existiu.
A cidade sempre teve um prefeito só.
Porque a posse, como foi inexistente, eis que deixou de cumprir formalidades legais, não empossou ninguém.
Até porque, àquela altura, Duciomar já obtivera, do juiz José Maria Teixeira do Rosário, a liminar que garantia sua permanência no cargo.
Mas há uma outra hipótese para a Operação Posse.
A de que Jader pretendia emparedar Duciomar para desestimular os ímpetos, o incontido desejo da governadora Ana Júlia de coligar-se com o PTB para 2010.
É.
Pode ser.
Mas que a estratégia foi esquisita, sem dúvida que foi.
Esquisitíssima.
Mas em política, vocês sabem, o esquisito é às vezes conveniente, não é?
Lembrem-disso.
Lembrem-se sempre disso.

7 comentários:

Anônimo disse...

O blog deveria tratar também da liminar Fórmula-1 do juiz que manteve Duciomar no cargo. Não é estranha, esquisita, também. Qualkquer análise que não contemple esta visão será parcial, dando a entender que favorece o prefeito.

Anônimo disse...

Acho não são duas hipóteses. Jader criou um fato político novo para emparedar Duciomar e a coalisão PTB/PR, retirando-lhe o capital político que a cacifaria como integrante da chapa majoritária ao lado da governadora Ana Júlia.

Assim, Jader aumenta as chances de conseguir o que quer: Vice, Senado, Sespa e algum trocado...

Por outro lado, com Priante prefeito, Jader deixa o primo satisfeito por enquanto, e pode pavimentar o caminho que levará seu filho à liderança do PMDB e ao governo do estado no futuro...

Anônimo disse...

Se o vereador é Formula 1, o juiz é formula 1, então o que dizer do parecer que segundo o blog levou seis meses? Seria o Direito Rubinho.

Poster disse...

Hahahahahahaha.
Essa é ótima, Anônimo das 12h43.
Faz todo o sentido a sua comparação.
Abs.

Anônimo disse...

Uma correção, seu Espaço: Belém não tem um prefeito só. Belém, há cinco anos, não tem nenhum prefeito.

Anônimo disse...

Jader fez "jogo de cena".
Usou a famosa pirotecnia e colocou o "PMDB Audacioso do Pará" na mídia nacional.
Criou um fato que foi visto pela população como corajoso e o eleva no "conceito" do menos favorecido como "esse é o CARA", ao mesmo tempo em que faz com que a população se posicione e isso, é termômetro tanto na política como nas esferas judiciais.

Anônimo disse...

acho que o priante se queimou e abriu caminho total no pmdb para o helder
enquanto helder promove o congresso das cidades um sucesso total ,o priante apresenta uma peça de humor de político trapalhão
vai ficar para os anais das piadas políticas
parece viúva porcina que foi sem nunca ter sido