No AMAZÔNIA:
Manifestação popular e bate-boca entre vereadores marcaram o início da votação do projeto de privatização do serviço de abastecimento de água em Belém, ontem de manhã, na Câmara Municipal. O projeto, do Executivo, foi enviado à Câmara em junho deste ano e propõe a municipalização total do saneamento e abastecimento de água na capital, que hoje é feito majoritariamente pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), de administração do Estado, e permite à Prefeitura a privatização dos serviços. Mais de 100 pessoas, contrárias e favoráveis ao projeto, ocuparam as galerias da Câmara para acompanhar a discussão. Houve tumulto e a sessão chegou a ser interrompida por cinco minutos até ser, finalmente, suspensa pelo presidente Walter Arbage.
Nas galerias da CMB, os manifestantes tumultuaram a sessão. E para a oposição, o ato se tratou de uma atitude premeditada da prefeitura, já que as mesmas pessoas presentes na sessão e que exibiam faixas, teriam comandado o tumulto durante a CPI da Saúde, derrubada pela bancada governista, com o objetivo de atrapalhar o primeiro dia de votação do projeto do Executivo municipal, que tem, pelo menos, 50 emendas a serem votadas, o que deve levar cerca de duas semanas para ser definido.
O vereador Augusto Pantoja (PPS) atacou o prefeito Duciomar Costa e disse que se o projeto for aprovado na CMB as tarifas do serviço de abastecimento de água vão subir, afetando em cheio o bolso da população. 'Belém é uma das piores capitais brasileiras e hoje está diante de mais uma armadilha. Se esse projeto passar, as tarifas vão explodir', alertou.
Otávio Pinheiro (PT), bastante alterado, subiu à tribuna e escancarou sua opinião sobre o projeto. 'Esta Câmara poderia respeitar os anseios da população. Mas, tem se curvado aos apelos do prefeito. Precisamos derrotar esse prefeitinho que quer fazer caixa dois para a campanha eleitoral. Isso aqui já está tudo negociado. O que é preciso é divulgar o nome de cada vereador que votar a favor desse projeto. Mas a gente derrota esse senhor (o prefeito)', ironizou, entre berros e murros na tribuna.
Contrários ao projeto, membros do Sindicato dos Urbanitários do Pará alegam que a privatização, ao contrário do que defende a prefeitura, não vai melhorar o abastecimento. Uma prova seria a qualidade da água em bairros como Bengui e Tapanã, atendidos pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (Saaeb), do Poder Municipal. Já os favoráveis à privatização reclamam da qualidade da água fornecida pela Cosanpa. Os dois grupos levaram à Câmara garrafas com amostras de água que seriam das duas companhias. Nos dois casos a água tinha cor avermelhada.
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