domingo, 22 de novembro de 2009

Estado tem 150 na fila do transplante

No AMAZÔNIA:

No filme 'Uma prova de amor', do diretor Nick Cassavetes, a atriz Cameron Diaz vive o drama de uma mãe que luta para salvar a filha que sofre de leucemia. O longa - exibido, recentemente, nos cinemas de Belém - está longe de ser uma história de ficção. Só no Pará cerca de 150 pacientes estão na fila de espera precisando fazer um transplante de medula óssea. Mas, por falta de informação e até um certo preconceito, ainda é muito pequeno o número de pessoas cadastradas, no Estado, como doadoras.
No Pará não é feito transplante de medula óssea. Quem precisar fazer o procedimento tem que ir para outros Estados brasileiros. Porém, no Hemopa, desde 2003, começou a ser feito um cadastro de doadores de medula óssea. Atualmente, ele conta com pouco mais de 33 mil pessoas cadastradas. A princípio, o número pode parecer grande. Mas não é. Segundo a gerente de captação de doadores do Hemopa, Juciara Farias, a dificuldade de conseguir uma medula óssea compatível é muito grande. Só para se ter uma ideia, no mesmo Estado, a chance é de aproximadamente um para cada dez mil pessoas. No país, ela diminui em dez vezes, passando a ser de um para cada 100 mil e, no mundo, de um para cada um milhão. Por essa razão, é preciso aumentar o número de doadores. 'Quanto maior for o número de doadores no cadastro, maior a chance de compatibilidade e de salvar vidas', disse a gerente.
De acordo com Juciara Farias, para aumentar o número de doadores é preciso, primeiro, desmistificar algumas coisas em relação ao assunto. A principal delas é a de que a doação da medula não causa nenhum problema de saúde para o doador. 'Muitas pessoas pensam que vão ficar com dores na coluna ou algum tipo de fraqueza ou outros problemas de saúde, mas isso não é verdade. O doador recebe alta um dia depois do transplante e a quantidade de medula retirada do dele é recomposta pelo organismo em cerca de 15 dias', explica a gerente. Além disso, segundo ela, é preciso também que as pessoas saibam que a medula óssea é um líquido gelatinoso existente no interior do osso da bacia, como se fosse uma espécie de 'tutano'.
Assistente social por formação, Juciara Farias explica também que para ser um doador de medula óssea a pessoa deve se dirigir até a sede do Hemopa (rua Serzedelo Corrêa, esquina com a rua dos Caripunas), onde preenche um cadastro e colhe 5 ml de sangue (metade de um copinho que vem nos medicamentos). No sangue é feito um exame específico e os dados são enviados para o Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome). Os dados da pessoa permanecem no cadastro até que um dia seja encontrado algum paciente compatível. 'No início, as pessoas doam a intenção. Porém, é preciso que elas tenham consciência de que um dia poderão ser compatíveis com algum paciente e precisar fazer a doação', concluiu a gerente, que junto com sua equipe tem feito várias palestras e ações em uma unidade móvel do Hemopa para conseguir captar doadores.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou doador de sangue e cadastrado como doador de medula óssea. Fico impressioando como as pessoas falam tanto mas fazem pouco, se mobilizar é fundamental, doar não dói e beneficia diversas pessoas. Tento diversas vezes convencer as pessoas com quem divido apartamento ou do trabalho para doarem sangue e se cadastrarem como doadores de medula, mas a impassividade impera. É trite pois as pessoas não percebem como a sua impassividade prejudica a vida de diversas pessoas que precisam.

Anônimo disse...

Ah, e eu dei esse recado no blog da Franssi, mas agora coloco aqui. Seria muito bom se o hemopa, junto com as autoridades de saúde estadual implantasse um sistema de coleta de sangue de cordão umbilical, que é considerado a melhor fonte para o tratamento de leucemias e outras doenças. Além de poder curar o próprio doente (caso desenvolva a doença anos depois) aumenta a probabilidade de encontrar compatíveis, universalizando o sistema.