quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Analfabeto, não lia seus contratos

No AMAZÔNIA:

Nascido em um lugarejo chamado Careca, próxima da Vila de Quatipuru, no município de Bragança, Augusto Gomes Rodrigues foi para Capanema aos 17 anos e trabalhou como foguista na Usina de Luz por mais de dez anos. Sem dinheiro para comprar um passe e seguir de trem para Belém, veio andando a pé até Ananindeua. Em Belém, trabalhou na Base Aérea. Foi lá que ganhou o apelido, quando se encantou por uma música que conheceu no batuque e que no refrão dizia: 'Chama Verequete, ê, ê, ê'.
Verequete foi morar em Pinheiro, hoje distrito de Icoaraci, onde criou o grupo O Uirapuru da Amazônia. O primeiro disco foi gravado em 1970, 'Carimbó Irapuru do Verequete (Só podia ser)'. A partir daí, Verequete não parou mais e foram mais de dez discos lançados. Mesmo com todo o sucesso, inclusive fora do Pará, abandonou a carreira na década de oitenta, e e acusava os produtores de terem lhe passado para trás. Foi quando ele perdeu a vontade de cantar e acabou com o grupo. 'Foi uma fase muito ruim, roubaram muito a gente', recorda-se Cenira.
O retorno, no entanto, só aconteceria em 1994. Durante esse período Verequete vendeu churrasquinho numa barraca em frente a vila onde mora. Essa foi a fase mais difícil da vida do artista, que reclama nunca ter recebido os direitos autorais de sua obra. 'Ele é analfabeto, não leu os contratos que assinou e ficou tudo no nome das gravadoras', explica Cenira.

Nenhum comentário: