No AMAZÔNIA:
Um protesto bloqueou uma das mais movimentadas ruas de Belém, a avenida Nazaré, no final da manhã de ontem. Cerca de cem manifestantes, entre funcionários da Cohab e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto - MTST, bloquearam trecho em frente ao Centro Integrado de Governo - CIG para reivindicar reajustes salariais, aumento dos valores dos tickets de alimentação e melhorias nas políticas de moradia do governo do Estado.
De acordo com Kléber Rabelo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, as condições são revoltantes. 'É até engraçado, pois parece que na 'Terra de Direitos' o único que não tem direitos é o trabalhador. O reajuste salarial está tão atrasado que vários pais e mães de família têm de ocupar uma das principais vias públicas da cidade e enfrentar a Polícia Militar para ganhar um pouco de atenção', disse. Na manifestação, foi pedido um reajuste salarial de 15%.
De acordo com Cláudia Muniz, auxiliar administrativa da Cohab, os servidores resolveram fazer o protesto contra uma medida da companhia. 'Nós pedimos aumento no vale-refeição e a empresa quer que isso seja feito de forma escalonada. Se aumentar, a Cohab pretende descontar dos salários mais elevados para poder custear o vale para os que ganham menos, e nós não concordamos com isso', afirmou. Ainda de acordo com ela, o atual vale é de R$ 19, e a intenção é que o valor chegue a, no mínimo, R$ 25. 'Até temos um refeitório estabelecido dentro da companhia, mas apareceu um aumento de 29% nos custos de alimentação e a Cohab não quer dar o equivalente a esse aumento. Isso irrita qualquer um', revelou.
Junto com os funcionários, os integrantes do MTST, reivindicavam direitos de moradia. 'Em Ananindeua, ocupamos uma área que estava abandonada e que era um grande esconderijo para marginais, como ladrões e traficantes. A polícia nunca fez nada pela segurança do local e só agora, depois que ocupamos a área, eles foram lá e prenderam companheiros nossos e agrediram trabalhadores honestos. Estamos aqui para pedir a posse desse terreno e também porque apoiamos a causa de todo trabalhador', concluiu o professor Carlos, da liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra.
Por volta das 13h, foi decidido que haverá uma audiência para tratar dos pedidos. Serão ouvidos dois representantes de cada uma das partes envolvidas no protesto. 'Vamos esperar o resultado dessa conversa para nos reunirmos em assembléia e deliberar os rumos do movimento', disse Cláudia.
Um comentário:
Seria bom perguntar aos candidatos à prefeitura qual suas propostas para enfrentar as quadrilhas que fecham vias importantes.
Não vale responder que o problema é somente do governo do Estado, porque as vias públicas municipais fazem parte, por óbvio, dos municípios. Ou pra que serve a guarda municipal? Talvez pra nada....
Também não convencerá quem disser que todos tem direito à manifestação em praça pública, porque apesar de ser verdade, praça pública não significa rua, avenida, travessa, etc.
Aliás, quanto ao governo do Estado, que parece ter mêdo de mandar a PM liberar as ruas, o mínimo que deveria fazer é mudar de lugar o CIG, preferencialmente pra bem longe....
Será que é do interesse público manter-se numa rua movimentada uma quantidade de órgãos públicos que só servem para atrair aqueles quadrilheiros?
Não tem gente de bom senso para controlar esse absurdo?
Por favor, governadora, embora a senhora não use as vias próximas ao CIG, tome uma decisão. Não seja tucana pra ficar em cima do muro. Crie coragem, pois a PM a tem para obedecer uma ordem de desobstrução das vias públicas.
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