A Folha de S.Paulo fez uma entrevista com o presidente da Vale, Roger Agnelli.
Lá pelas tantas, perguntou-lhe:
FOLHA - De zero a dez, quanto dá a Getúlio Vargas?
AGNELLI - Não gosto de ditadura. Pode ter feito o que tenha feito. Não daria mais de cinco.
FOLHA - JK.
AGNELLI - Gosto de desenvolvimento. Daria bem mais de cinco.
FOLHA - Ditadura militar.
AGNELLI - Não daria mais de cinco, por causa da ditadura, mas trouxe coisa positiva, como investimentos em infra-estrutura. Mas foi ditadura.
FOLHA - Sarney.
AGNELLI - Pegou uma época complicada, né? Prefiro não dar nota.
FOLHA - Collor.
AGNELLI - [Rindo] Muito curto para dar nota.
FOLHA - Itamar Franco.
AGNELLI - Também prefiro não dar.
FOLHA - FHC.
AGNELLI - Bem mais de cinco. Consolidou muita coisa no país. O início da preocupação pelo social. A estabilização da economia, que exigiu medidas corajosas.
FOLHA - Lula.
AGNELLI - Olha... da forma como o país está indo, pelo crescimento do país, pelas questões sociais, pela liderança dele, eu daria perto de dez. [Rindo] E pela sorte também. É genial, genial. Ele é a síntese de tudo. Partir de onde ele partiu e onde ele está. É um exemplo em todos os sentidos. A intuição política é extraordinária. Impossível não gostar dele, impossível não gostar dele, impossível não gostar dele. Muito otimista, é otimista até com o Curingão dele. É carismático. Ando o mundo inteiro, e todos elogiam o presidente, me dá muito orgulho ser brasileiro.
Vamos supor? Vamos imaginar?
Vamos.
Façamos alguns exercícios de suposição.
Imaginem que hoje estamos em 9 de setembro de 1940, em pleno Estado Novo.
Imaginem que os antecessores de Vargas fossem, nesta ordem: JK, a ditadura dos militares, Sarney, Collor, Itamar, FHC e lá atrás, bem mais recuado, o presidente Lula.
Então, hoje 9 de setembro, o mesmo Roger Agnelli, presidente da mesma Vale, seria entrevistado pela mesma Folha, que lhe faria as mesmas perguntas, apenas, evidentemente, na ordem inversa, porque Vargas seria o presidente.
Que nota você acha que Agnelli daria a Vargas – que seria então o presidente -, depois para JK, depois para a ditadura até chegar a Lula, bem mais lá atrás, o último dos últimos?
Que nota Agnelli daria?
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