No AMAZÔNIA:
Um grupo de camelôs, que foi remanejado da Presidente Vargas em janeiro deste ano, voltou a protestar contra a Prefeitura Municipal de Belém que, segundo a categoria, não cumpriu com o acordo de construir o novo local para os vendedores ambulantes trabalharem. O grupo chegou a interditar parte da avenida por uma hora, mas foi retirado por 80 homens da Guarda Municipal de Belém. A prefeitura acredita que a manifestação foi política.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Mercado Informal de Belém, Raimundo Raulino, o protesto foi decidido após uma assembléia geral realizada na Praça dos Estivadores na última terça-feira, 16. 'A assembléia reuniu 350 ambulantes, dos 460 sindicalizados. Todos estão insatisfeitos com o não cumprimento do Termo de Ajuste de Conduta, que previa que o prefeito Duciomar Costa deveria remanejar os trabalhadores para um local digno para continuarmos as nossas atividades. Diante disso, resolvemos ocupar a avenida', disse.
O diretor geral da Secretaria Municipal de Economia (Secon), Antônio Donato, declarou que a presença dos guardas municipais foi para manter a segurança do local. Sobre a reivindicação, ele disse que a prefeitura está trabalhando para resolvê-la. 'A maioria dos trabalhadores que ocupavam a Presidente Vargas estão nas tranversais da avenida. Alguns foram para outros espaços. Além disso, estamos acompanhando o desenvolvimento do Espaço da Palmeira, no centro comercial de Belém, e de um restaurante popular. A Prefeitura está caminhando para oferecer um espaço digno aos ambulantes', disse.
Antônio Donato disse ainda que o movimento dos ambulantes é político. 'Pessoas ligadas a partidos políticos estão promovendo o protesto. Tem até candidato a vereador participando da manifestação'.
Vários sindicatos apoiaram a manifestação dos camelôes. Iranilson Brasil, do Fórum Social de Lutas, disse que os trabalhadores estão aguardando a construção do camelódromo, que ainda não foi concluída. 'A Prefeitura disse que ia construir um local para os ambulantes no Buraco da Palmeira, mas ele já até desabou na cabeça de um operário no dia 6 de setembro. Eles querem jogar os problemas de Belém pra debaixo do tapete, já que o Fórum Social Mundial está se aproximando e muita gente de fora vem pra cá. Mas nós não vamos deixar eles esconderem a nossa realidade', informou.
Durante o protesto, os camelôs carregaram barracas para o meio da avenida. Além disso, carro-som e faixas chamaram a atenção da população que transitava no local. Os ambulantes diziam que a Prefeitura não cumpriu com o papel de construir os camelódromos, que eles também não iriam cumprir a decisão judicial de se manter longe da avenida. 'Desde janeiro estão nos enrolando. Foram mais de 30 reuniões com a Secon e com o Ministério Público e nada foi feito. O Duciomar já disse na televisão que não vai ter nenhum ambulante no centro comercial', informou Raimundo Raulino.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Mercado Informal de Belém disse também que os ambulantes vão fazer novas manifestações na avenida Presidente Vargas até o dia em que a Prefeitura garantir os direitos dos trabalhadores informais.
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