No AMAZÔNIA:
Médicos da Santa Casa de Misericórdia do Pará decidiram em assembléia geral realizada na noite de ontem, no auditório da da Cooperativa de Anestesistas do Pará (Coopanest /PA), entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (25) por tempo indeterminado. A superlotação no hospital é uma das principais reclamações da classe. Segundo o obstetra Paulo Bronze, representante dos médicos da Santa Casa, as mudanças implementadas no hospital são muito pequenas desde a crise de junho, e que a UTI Neonatal continua vivendo o mesmo drama de abrigar muito mais bebês do que deveria. ‘’Falta criar mais leitos em Belém. Esse problema é sério. A Santa Casa é a ponta do iceberg’’, observou.
Na manhã de ontem, a secretária de Estado de Saúde do Pará, Laura Rossetti, convocou o Sindicato dos Médicos (Sindmepa) e apresentou propostas de reajustes salariais e melhorias nas condições de trabalho, mas as mesmas não foram aceitas pelos médicos. O governo do Estado propôs igualar o salário base dos médicos da Santa Casa ao dos médicos da Fundação Hemopa. Hoje, o salário base pago aos médicos da Santa Casa é de R$ 894,57 e passaria para R$ 1.090,29, para ser pago ainda este mês, o que representa um reajuste de 21,88%.
A secretária afirmou que a preceptoria (ato de orientar a conduta dos médicos residentes nas atividades profissionais) será paga a partir deste mês e pediu prazo de 60 a 90 dias para apresentar o resultado sobre estudos de aumento da gratificação de desempenho institucional em 5% para a categoria médica, a criação da gratificação de urgência e emergência para os médicos plantonistas, o aumento do adicional de insalubridade de 10% para 20% ou 30% e o pagamento da gratificação de risco de vida de 50% do salário base, aos médicos da Santa Casa. Essa gratificação já é paga em outras instituições.
Além dessas promessas, a Sespa afirmou que já existe um projeto na Assembléia Legislativa para o pagamento de auxílio alimentação a todos os funcionários do Estado e que o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), defendido arduamente pelo Sindmepa, terá as negociações iniciadas no prazo de 60 a 90 dias.
Os médicos reclamam, porém, o reajuste de 100% do vencimento-base, que é de R$ 890. Trabalham atualmente na Santa Casa 343 médicos, entre ginecologistas, clínicos, hematologistas, cirurgiões, obstetras, neonatologistas e pediatras. Paulo Bronze afirma que os médicos que atuam na maternidade são os mais empenhados em deflagrar a greve. ‘’Está faltando médico na Santa Casa porque o salário é bem aquém do que é pago no mercado, e o profissional do hospital se expõe muito mais do que qualquer outro’’, avaliou.
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