Fatalidade é o que é: fatalidade.
Nas tragédias, então, as fatalidades sobressaem como detalhes que às vezes chegam a ser inacreditáveis.
No domingo passado, pouquíssimo tempo depois do acidente trágico na estrada de Salinas que fez oito vítimas fatais, passou um carro pelo local.
No carro, iam parentes próximos, muito próximos de uma das cinco moças que ocupavam o Vectra. Viram o acidente, assustaram-se com suas dimensões, lamentaram a sorte dos mortos e seguiram em frente, rumo a Belém.
Como o Vectra pegara fogo, não foi reconhecido por nenhum dos ocupantes do carro que passava.
Passou o carro com os vivos e passou a vida em direção à rotina de um fim de domingo como outro qualquer. Talvez um domingo um pouco mais especial, por ser domingo de julho. Julho de férias. Julho em Salinas.
Para trás, ficaram vidas.
Vidas calcinadas pela brutalidade da tragédia que acabara de acontecer.
Só mesmo a vida que segue, para tentar suportar a dor pela perda das que se foram.
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