terça-feira, 28 de julho de 2020

Rodrigo Rodrigues foi aquele amigo que se tornou amigo sem nunca nos ter conhecido


Há pessoas que nem sabem que a gente existe; e nem nós, que elas existem.
Mas somos íntimas delas; como elas nos são íntimas.
Assim somos em relação aos artistas que admiramos, aos escritores que gostamos mais, enfim, funciona dessa forma com qualquer personalidade pública com quem travamos sempre contato e a quem admiramos.
Assim era este repórter com Rodrigo Rodrigues.
Tomei um choque enorme, hoje à tarde, quando soube da morte dele.
E o choque foi dez vezes maior por saber que a Covid-19 ceifou-lhe a vida aos 45 anos de idade.
Vivo grudado em programas de esporte. Só não assisto a todos porque o dia tem 24 horas - mas ainda haverei de espichá-lo, pra não perder nenhum.
Dos que mais gosto - e como tantos torcedores, aliás - está o Troca de Passes, no SporTV.
E a melhor fase desse programa, sem dúvida alguma, foi sob a batuta do Rodrigo.
Ele não era bem-humorado porque queria sê-lo, mas porque era naturalmente bem-humorado.
O Troca, com o Rodrigo à frente, ficou muito mais leve, relaxado, solto, maneiro. Como o próprio apresentador.
O programa ficou, parece, muito mais íntimo do telespectador.
Como apresentador, Rodrigo Rodrigues parece que nem estava no ar, mas numa mesa de bar, discutindo futebol com amigos. Numa boa, como se diz.
É uma pena que um jornalista como esse tenha sido arrancado da vida tão cedo e de forma tão brutal.
É horroroso que o tenha sido em decorrência dessa doença, da qual tenho cada vez mais medo, mais horror.
Rodrigo Rodrigues é como um grande amigo que vai embora antes da hora.
Sem que tenhamos nos conhecido.
Sem que tenhamos tido a chance de ouvi-lo sequer dizer adeus e nos dizer por que motivo, afinal, estava subindo.
Mas, se subiu, que esteja nos Céus!

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