Detalhe
é o seguinte.
As
hostes bicolores (como diriam nossos
coleguinhas do Esporte) estão em polvorosa.
Tudo
por causa do áudio acima – vazado, of course – em que o diretor executivo de futebol do
Paysandu, Felipe Albuquerque, numa conversa travada no ano passado com interlocutor
amigo dele, confessa-se receoso de selar a contratação do jogador argentino
Quiroga, porque já imaginava como seria o contexto da chegada do atleta a Belém e sua adaptação ao clube e aos modos e costumes da cidade.
"Wilson,
queria te ouvir porque você é um cara que eu gosto, é muito acima da média e às
vezes eu estou com a mentalidade muito fechada. Assisti aos vídeos, gostei
desse Quiroga, achei um bom jogador, mas eu fico pensando: vou ligar para esse
Quiroga, ele está lá em Buenos Aires, 5°C, vai entrar dentro de um avião para
chegar em Belém, 35°C. Vou pedir para o meu supervisor, que é uma anta, burro
igual uma porta, buscar ele [na chegada a Belém]. Vai lá para a Curuzu, comer
tacacá, maniçoba, no outro dia vai para o treino, Hélio [dos Anjos] dando
esporro e ele não vai entender nada. Aí vai o Marcelo [Rocha] e o Leandro
[Niehues], que não entendem uma palavra de espanhol, tentar explicar para ele,
aí que ele não vai entender mais nada, entendeu? Fico pensando, cara, a possibilidade
disso dar certo, a adaptação de um cara desse, tende do infinito a zero. Você
acha que eu estou enxergando de uma ótica enviesada, estou vendo o copo muito
vazio? Queria que você me falasse, porque eu não vejo a possibilidade de um
cara desse se adaptar, sabe?”, diz Albuquerque.
Olhem,
fora de brincadeira.
Acho
que as hostes bicolores não devem
muito se preocupar com os gostos particulares de ninguém. Porque gostar ou não
gostar – de comida, de gente, de cidade etc. -, isso está no âmbito das
preferências e das escolhas pessoais de cada um.
O
que o Paysandu precisa mesmo se preocupar é com a motivação de seu diretor executivo
para o trabalho que lhe incumbe fazer.
Porque,
sinceramente, o que sobressai nos áudios é uma profunda insatisfação, um
profundo agastamento de Albuquerque com o trabalho que está fazendo e com o
ambiente profissional no qual convive.
O
cara não gosta de Belém e de seus costumes, parece não gostar do treinador do
Paysandu e claramente rejeita e despreza a capacidade profissional de outros
integrantes do clube.
Então,
sério mesmo: o que fazer com Albuquerque?
Das
duas, uma: ou ele aprende a comer – e mais do que isso, a saborear – maniçoba,
tacacá, pato no tucupi, açaí e suco de camapu (tem?) ou então rasga daqui e vai, ora bolas, pra
Buenos Aires, comer churrasco em Puerto Madero (que é uma delícia, vale
dizer)!
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