O Grupo RBA, que congrega os veículos de
comunicação da família Barbalho, anunciou nesta quarta-feira (19) que afastou seus
quadros o vereador do Podemos e também jornalista Joaquim Campos, que
apresentava na emissora, há dez anos, o programa policial Metendo Bronca.
O afastamento é a primeira consequência concreta
de declarações feitas pelo vereador, que durante a sessão da Câmara Municipal
de Belém, na manhã de hoje, usou termos chulos ao se referir à jornalista Patrícia
Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo,
que vem sendo alvo de agressões
verbais do presidente Jair Bolsonaro e muitos de seus simpatizantes.
Campos agrediu a jornalista durante pronunciamento
do vereador Toré Lima (PRB), que criticava Bolsonaro por ofensas de cunho
sexista à profissional de Imprensa. O parlamentar do Podemos foi contestado pelos
vereadores Nazaré Lima e Fernando Carneiro, do PSOL, mas recebeu apoio de
outros parlamentares.
Em nota, o Grupo RBA informou que decidiu
afastar o vereador de suas funções porque “repudia atitudes e manifestações ofensivas, preconceituosas e de misoginia, que
venham a ferir a dignidade humana e a honra das pessoas”.
O Sindicato dos
Jornalistas do Pará (Sinjor/PA), também em nota, externou repulsa aos
comentários de Campos e o Podemos, partido a que o parlamentar é filiado,
informou que vai abrir um processo no conselho de ética com vistas a expulsá-lo
da legenda.
Nota do Grupo RBA
Em relação aos comentários do vereador Joaquim
Campos (Podemos), no plenário da Câmara Municipal de Belém, na manhã desta
quarta-feira (19/02), a Rede Brasil Amazônia de Comunicação tem a registrar o
seguinte:
1. O vereador também é apresentador de programas
de televisão da emissora há mais de 10 anos. As palavras do parlamentar não
representam, em momento algum, a linha editorial adotada pela RBATV;
2. A RBA de Comunicacão repudia atitudes e
manifestações ofensivas, preconceituosas e de misoginia, que venham a ferir a
dignidade humana e a honra das pessoas e tomou a decisão de afastar o
apresentador de suas funções na emissora;
3. A RBA tem se pautado por um jornalismo sério,
pelo pluralismo de idéias, pensamentos e o respeito às posições políticas e
ideológicas de todos os segmentos sociais;
4. A RBA reafirma a sua política editoral de
valorização e respeito à pessoa humana, como tem feito nos últimos 30 anos.
Nota
do Podemos
Esclarecemos em caráter irrevogável que o
Podemos não tolera qualquer tipo de preconceito, agressão e violência contra as
mulheres.
Desta forma:
1- Prestamos total solidariedade a jornalista da
Folha de São Paulo Patrícia Campos Mello, além da Vereadora de Belém Nazaré
Lima, ambas atacadas covardemente pelo Vereador Joaquim Campos durante a sessão
no Plenário da Câmara Municipal de Belém nesta quarta-feira.
2- Diante do fato ocorrido, tomando conhecimento
de que o mesmo ainda está filiado ao Partido, e, não existindo condições da
permanência do filiado nos quadros do Podemos, a Direção Estadual, por
unanimidade, encaminhou pelo acionamento do referido vereador no conselho de
ética, iniciando assim, o processo de expulsão.
3- Nascemos como partido sustentado por ideais
democráticos. Atitudes como essa não serão toleradas, o Podemos é defensor
intransigente do respeito e dos direitos.
Deputado Estadual Igor Normando - Presidente do
Podemos - Pará
Nota
do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor)
O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor/PA)
e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj/PA) repudiam a falta de decoro do
vereador Joaquim Campos (MDB), durante a sessão ordinária realizada na manhã
desta quarta-feira, 19 de fevereiro, na Câmara Municipal de Belém. Campos
chamou de vagabunda a jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello,
interrompendo grosseiramente o pronunciamento do vereador Toré Lima (PRB). Da
tribuna da CMB, Toré Lima criticava o presidente da República Jair Bolsonaro
pelas ofensas à jornalista, que tentou desqualificá-la com expressões de cunho
sexual.
Sem
nenhum respeito ao trabalho dos jornalistas, apesar de atuar como comunicador,
Joaquim Campos discutiu com quem o criticou, proferindo expressões de
misoginia, machismo e total falta de decoro no plenário do Parlamento
Municipal.
Ele
foi confrontado também pelos vereadores Nazaré Lima (Psol) e Fernando Carneiro
(Psol). Apesar da postura arrogante, mal educada e desrespeitosa, recebeu apoio
da vereadora Simone Kawage (PRB), 2ª vice presidente da CMB, que presidia a
sessão e também do vereador Sargento Silvano (PSD).
Exigimos
que o presidente da Câmara Municipal de Belém, vereador Mauro Freitas (PSDC), a
presidência do MDB em Belém e no Pará tome providências quanto ao comportamento
do vereador. Também iremos estudar quais medidas jurídicas podem ser tomadas em
relação ao fato.
Além
do Sinjor e da Fenaj, o governador do estado, Helder Barbalho
(MDB), também se manifestou contra a fala do vereador. Helder
usou sua conta no Twitter para criticar o apresentador que, por muitos anos,
trabalho na emissora de TV da família do governador e, atualmente, integra um
partido da base aliada do governo.
Um comentário:
Sair a favor de Hans River e Presidente Bolsonaro é crime. Só acreditam nesta jornalista da Foice de São Paulo que segundo Hans queria dar um furo jornalístico usando métodos escusos o que Hans não concordou. Porque só a palavra da jornalista é a verdade?
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