sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O guincho "arrupia". Uma razia. Na Doca e arredores.

Ordem é bom e todo mundo – ou quase – gosta.

Ordem no trânsito, inclusive.

Mas essa empresa terceirizada da CTBel está, digamos assim, arrupiando.

Ontem à noite, ela arrupiou.

Fez uma razia. Uma verdadeira razia, na área da Doca e arredores.

Leitores indignados mandam reclamar pra cá.

Garantem que não infringiram qualquer lei de trânsito. Não estacionaram em local proibido. Até porque, segundo afirmam, não havia placa indicativa nenhuma de que os locais de onde levaram os carros são vetados ao estacionamento naquele horário.

Funcionária pública federal foi uma das atingidas.

Foi fazer pilates na Almirante Wandenkolk. Parou seu carro na Doca, entre Governador José Malcher e João Balby. Eram uma 18h30. O guincho passou por lá e levou o carro. A alegação: o veículo estaria no local reservado a uma parada de ônibus. Ela diz que não.

Jose Dias Neto foi outro. Estacionou próximo à Unimed da Doca, para levar a filha doente. Quando retornou, cadê o carro? Eram umas 18h. E o pior: a chave da casa dele estava dentro do veículo. Neto foi obrigado a ir à CTBel por volta das 20h para pegar a chave e poder entrar em casa.

Maria Silva Borges, propagandista da Unimed, também teve o carro guinchado no início da noite de ontem. Quando deu por falta do veículo, foi à CTBel, mas deu com a cara na porta. A CTBel só funciona até as 16h. Mas o guincho está sempre em elétrica atividade durante as 24 horas. Ela garantiu ao blog que era permitido estacionar no local onde estacionou.

Carlos Alberto Rocha da Silva foi outro que reclamou para o blog. A mesma coisa: estava com a filha doente na Unimed e tomou um susto quando, na volta, não viu o carro. Garante que não parou em local proibido.

Então, como é que funcionar isso?

Essa empresa terceirizada, que está arrupiando todo dia, o dia todo, fatura R$ 96 por veículo guinchado. O curral onde ficam os veículos – observem nas fotos abaixo, remetidas ao blog por um dos prejudicados – está abarrotado. Ela está ganhando uma mina de dinheiro.

Que evidência essa empresa demonstra de que o veículo se encontrava em um local proibido?

A empresa tira, por exemplo, uma foto do carro?

A infração gera uma multa. Multas são recorríveis. Como é que o dono do veículo vai provar que seu carro não estava num local proibido?

Não é a empresa que teria que fazer a prova? Não é ela a fonte da acusação?

Fica a palavra da empresa – de que o veículo estava em local proibido – contra a palavra dos proprietários – de que não estava.

Como será esse, digamos, contraditório?

 

8 comentários:

Anônimo disse...

Caro jornalista,
Todo mundo, principalmente você, esculhamba com o prefeito e com a Ctbel porque o trânsito em Belém está cada vez pior. Agora, quando providencias energicas são tomadas para minimizar o problema, vocês acham que está tudo errado. Da minha parte, aplaudo o Duciomar e a Ctbel.

Anônimo disse...

Deixa a empresa arrupiar!!!

Melhor pecar pelo excesso do que pela falta de atuação. Os motoristas de Belém são um bando de salvagens; se o poder público municipal não agir, logo estaremos numa selva sem limites, sem controle, com o caos instalado.

Anônimo disse...

Quero ver guincharem os táxis que infestam os cantos de ruas e outras praças desta Belém.

Anônimo disse...

Então é assim: para Rita os rigores da lei, para os donos dos carros que estacionaram em local proibido as benesses. Menos, né!!!

Anônimo disse...

Corretíssima a CTBEL. No entanto, é bom lembrar que o Dudu se elegeu criticando a "indústria de multas" do Governo anterior.

E lembrar que a Cristina Badini foi crucificada só porque não era paraense, mas foi quem primeiro começou a botar ordem no trânsito da capital, após muitos anos de abandono.

Yúdice Andrade disse...

Parece que gente do gabinete do prefeito andou comentando por aqui...
Concentrando-me apenas no questionamento que você fez, realmente seria muito bom que algum motorista prejudicado ingressasse com uma ação judicial contra a forma do procedimento. Melhor ainda que fosse o Ministério Público a tomar essa iniciativa. Porque assim o Judiciário teria que se pronunciar sobre essa balbúrdia.
Realmente, para assegurar o contraditório e a ampla defesa, alguém teria que comprovar que o veículo estava estacionado em local proibido. Uma fotografia seria um bom meio. Mas sem essa prova, acusando apenas de boca, a penalidade teria que ser revertida em juízo.

Anônimo disse...

Bom saber que a Ctbel ainda existe, pois achava que eles estavam em greve já que há mais de duas semanas não vejo nenhum guarda por onde transito (Umarizal, Nazaré, Batista Campos). Ou é apenas o setor de guincho? Enquanto isso, a balbúrdia corre solta: carros na contra mão, carros em fila dupla, caminhõe sno centro, avanços de sinal, motos sobre as calçadas, o verdadeiro caos. Está certo que o transito é feito pelos motoristas, ciclistas, motociclistas e pedestres mal educados, mas se houvesse uma presença efetiva e inteligente (ok, isso não rima com administração municipal atual) no sentido de coibir os abusos e orientar o transito veríamos o dinheiro de nossos impostos sendo aplicados em prol do bem comum. Achar que o guincho privatizado vai resolver o complexo e grave problema do transito selvagem de Belém e debochar do bom senso. Mas, isso também não é novidade por aqui, Duciolandia é cada vez mais surreal!

Anônimo disse...

A Ctbel recolhe todos os carros estacionados na Doca, do lado esquerdo, o que eles chamam de lateral do canteiro central. Mas não tem placa de estacionamento proibido nos locais.
Só funciona, e bem, na Ctbel, o pessoal da multa e do guincho, por causa da receita gerada.
O resto, como educação de trânsito...