sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Que tal sermos tratados como periquitos australianos?

Que bacana.
Que tal se essas companhias aéreas - todinhas - nos tratassem como se fôssemos periquitos australianos?
Que tal?
Olhem só que coisa mais linda esses aí de cima.
Pois é.
A TAM foi multada em R$ 5 mil na quarta-feira (19) por maus-tratos a dois periquitos-australianos (Melopsittacus undulatus), segundo informações do Ibama.
Cinco milhas, reparem bem.
No dinheiro.
Olhem só.
Todos vimos as cenas do último final de ano nos aeroportos.
Gente chorando.
Gente que não pôde chegar a tempo as compromissos inadiáveis.
Gente - de carne e osso - que não pôde chegar a tempo de prestar assistência a um parente doente.
Gente, enfim, maltratada, alvo de deboches, de desprezo, de desassistência por parte da TAM, que caprichou no overbooking, e de outras companhias aéreas.
Gente de carne e osso - quantas não criam periquitos australianos? - que foi desrespeitada dos pés até o último fio de cabelo em seus direitos de consumidor.
E aí?
Se para os maus-tratos a dois Melopsittacus undulatus (hehehe) - lindos, coloridos, cativantemente preciosos - a multa foi de R$ 5 mil, de quanto serão as multas para reparar os danos morais sofridos por gente de carne e osso, hein?
Putz!
O Brasil - este Brasil brasileiro - ainda está por ser descoberto.
Se vocês pensam que moram no Brasil, não apostem nisso.
Ainda precisamos descobrir o Brasil.
Fora de toda brincadeira.

2 comentários:

Ismael Moraes disse...

Esse teu post me lembra aquele epísódio em que o advogado Sobral Pinto utilizou a Lei de Proteção aos Animais em um habeas corpus impetrado em favor do Luiz Carlos Prestes, em pleno Estado Novo: queria que fosse garantido ao defendente do direito de não ser maltratado, ante a iminente tortura do cárcere - e contra a vontade do paciente, ateu, que não queria um defensor católico fervoroso e humanista de princípios.

Anônimo disse...

Se as instituições que cuidam dos passageiros humanos levassem seu trabalho tão a sério quanto o IBAMA do Pará leva, talvez o tão falado caos aéreo já tivesse acabado.