quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Suspeito nega o crime

No AMAZÔNIA:

A polícia ouviu ontem Sérgio Wilker de Oliveira Lima, de 34 anos, na condição de acusado de participar do espancamento, no dia 29 de novembro, que levou à morte do biólogo francês Pierre Edward Jauffret, de 72 anos, no último dia 14, no Pronto-Socorro do Umarizal, em Belém. O crime aconteceu em um sítio na zona rural do município de Santo Antônio do Tauá, nordeste paraense. Ele prestou depoimento acompanhado de um advogado no prédio da Delegacia Geral, em Belém, ao Diretor de Polícia do Interior, delegado Miguel Cunha.
Sérgio nega qualquer envolvimento no crime e se diz vítima na situação, visto que, antes do espancamento acontecer, teria sido baleado pelo biólogo. Ele foi indiciado pelo crime de lesão corporal seguido de morte e ontem mesmo foi pedida à Justiça do município a prisão preventiva do acusado. Até o fechamento desta edição, o pedido permanecia sem resposta.
Pierre Edward Jauffret morreu na segunda-feira, 14, após ficar em coma por duas semanas após o espancamento sofrido dentro do sítio onde morava.
No fim da tarde de 29 de novembro, um grupo vindo de um piquenique em um balneário próximo invadiu a reserva onde a vítima morava, que reagiu atirando, segundo depoimento de Sérgio Wilker. Um dos filhos do biólogo afirmou que seu pai não guardava armas em casa.
Segundo o delegado Miguel Cunha, depois de muito se contradizer, Sérgio admitiu estar no meio do grupo (com cerca de 20 pessoas) que bateu em Pierre Jauffret, mas negou tê-lo machucado, dizendo que depois do baleamento, acordou no hospital sem lembrar muita coisa sobre o ocorrido.
À imprensa, Sérgio negou as acusações e frisou, em vários momentos e com uma visível irritação, que é vítima. 'Eu não lembro o que aconteceu depois que me deram o tiro, acordei já no hospital. Infelizmente ele morreu, eu tenho certeza de que eu também teria morrido espancado se não tivesse levado o tiro. Eu não estava escondido, eu moro em Icoaraci. Estou aqui prestando depoimento tranquilamente, não sou bandido nem ladrão. Aqui eu sou vítima', defendeu-se.
A polícia continua à procura dos demais envolvidos e deve ouvir também o sogro de Sérgio Wilker, Antônio Alves. 'Temos ainda uma informação de que haveria mais uma pessoa baleada, soubemos que duas pessoas foram atendidas por baleamento no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) naquela noite, vítimas de baleamento, e uma delas era o Sérgio. Até agora, só conseguimos identificar o Sérgio como participante, mas cada um dos envolvidos será indiciado pelo mesmo crime', prometeu o delegado Miguel Cunha.

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