Seminário do MPF alerta: é preciso conter a improbidade

Nada mais atual do que o tema corrupção.
Nada mais atual do que o tema improbidade.
Nada mais atual.
Todo dia todo, o dia todo, fala-se em corrupção e improbidade.
Agora mesmo, o DEM nos assusta.
Exibe-se para todos nós com dinheiro proveniente de propina.
É tanto dinheiro, mas tanto dinheiro que sobre até para ser escondido em meias e cuecas.
Pois é.
O Ministério Público Federal no Pará teve a excelente a idéia de promover uma exposição e um seminário.
O tema?
Corrupção.
O tema?
Improbidade.
Um blog foi especialmente criado.
Ontem, foi a primeira palestra do seminário.
Proferiu-a o procurador da República Bruno Valente, que discorreu sobre os casos de improbidade administrativa na área de saúde.
Excelente palestra.
Quem não a assistiu, perdeu.
Pela atualidade do tema, esperava-se que o auditório da Justiça Federal estivesse lotado.
Mas o público presente esteve aquém da importância e da relevância que o tema improbidade suscita.
Talvez isso seja um sintoma dos mais evidentes do nível de banalização que atingiu o ato de locupletar-se à custa do dinheiro público.
É um perigo que, pouco a pouco, deixemos de nos assustar com os arrombamentos dos cofres públicos e não mostremos interesse de debater essa situação.
O procurador, ele mesmo, admitiu que a lei de improbidade administrativa, muito embora abrangente e rigorosa na punição que impõe aos assaltantes dos cofres públicos, tenha pouca efetividade.
Ou seja: não se tem notícia – ou as notícias nesse sentido são muito poucas – de ímprobos punidos com a obrigação de devolver aos cofres públicos o que deles surrupiaram e que realmente devolvem tudo, com juros e correção.
É uma pena constatar-se, às vezes, uma espécie de desencanto da população, que parece ter-se tornado abúlica, indiferente àqueles e àquelas que desviam, que dilapidam recursos públicos.
Mas os eventos promovidos pelo MPF mostram que não se pode desistir.
É preciso que todos cultivemos a certeza de que a moralidade não pode e nem deve confundir-se com o moralismo.
A moralidade é imperativo de consciência que todos deveremos sempre cultivar, para não deixar que a corrupção prevaleça e predomine.
E vale a pena prestigiar o seminário e a exposição do MPF.
Hoje, o seminário prossegue a partir das 17h, no auditório da Justiça Federal (Rua Domingos Marreiros nº 598, entre Generalíssimo e 14 de Março), com palestra do procurador Daniel Avelino, que vai falar sobre o escândalo dos kits escolares, o maior do governo Ana Júlia.