sábado, 12 de dezembro de 2009

Protesto contra Belo Monte

No AMAZÔNIA:

A história da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Baixo Amazonas, região sudoeste do Pará, ganhou mais um novo capítulo. Lideranças de movimentos sociais protestaram, ontem, em frente à sede da Eletronorte, no Pará, na Terra Firme, contra a instalação da usina na região do Baixo Amazonas. Depois de saber que não seriam recebidos pela direção, os integrantes conseguiram entrar na empresa localizada na avenida Perimetral, em Belém. Na ocasião, eles entregaram um abaixo-assinado à direção do empreendimento.
Com faixas, cartazes e carro-som, os integrantes dos movimentos sociais saíram em caminhada do terminal de ônibus da UFPA até a Eletronorte, onde estavam concentrados desde o início da manhã de ontem. O objetivo era protestar contra a construção da usina de Belo Monte e demonstrar a insatisfação dos movimentos sociais e de comunidade ribeirinhas e indígenas diante do processo de instalação da hidrelétrica. Por mais de uma hora, os manifestantes fizeram atos em frente à entrada principal do órgão.
O ato quis também chamar atenção da direção da Eletronorte para os possíveis impactos sócio-ambientais que a construção da usina pode provocar na região. As lideranças prepararam uma carta de protesto para entregar à direção da estatal. O manifesto apresentava o inconformismo dos povos e lideranças de movimentos sobre o problema. Depois de uma longa espera, os manifestantes tiveram a informação, por meio de um funcionário, que uma comissão seria recebida pela direção. Entretanto, poucos minutos depois, a decisão foi suspensa, sem explicações.
A situação provocou indignação e revolta entre os integrantes, que começaram a reivindicar a entrada da comissão. Uma viatura da 24ª Zona de Policiamento (Zpol) foi acionada para evitar uma possível invasão. Dois policiais militares conversaram com as lideranças para tentar acalmar o movimento. Enquanto isso, outros manifestantes conseguiram passar pelo bloqueio dos funcionários e entrar na sede da Eletronorte.
'Não viemos aqui para quebrar nada e nem mexer com ninguém. Queremos somente entregar nossa carta de insatisfação, para que seja encaminhada a Brasília', disse uma manifestante.
Do lado de dentro dos portões, os integrantes caminharam até o prédio que abriga a direção regional da Eletronorte. No prédio, eles foram recebidos pelo engenheiro elétrico Nilson Barbosa e pelo advogado Arielton Dias na sala de reuniões da diretoria. O advogado esclareceu que o diretor regional da Eletronorte, Jorge Nassar, estava viajando e o engenheiro Nilson receberia o documento, já que estaria interinamente na direção do órgão. Antes de protocolarem a entrega da carta de protesto, os integrantes reiteraram o caráter pacífico da manifestação.
A carta de protesto foi entregue pelas lideranças dos movimentos sociais para os dois representantes da Eletronorte. Eles asseguram que o documento seria encaminhado à Eletrobrás e ao Ministério de Minas e Energia, que gerencia as obras de construção de Belo Monte.
'Assim como demonstraremos o sentimento de insatisfação apresentada por vocês aqui, para que eles possam ter conhecimento da realidade dos povos da região Amazônia. O documento passará para a diretoria executiva e seguirá ainda hoje (ontem) para Brasília', assegurou Arielton Dias.
A manifestação fez parte da programação dos 62 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, comemorados no último dia 10.

Um comentário:

Anônimo disse...

A Eletronorte sabe muito bem quais os prejuízos sociais e ambientais que a construção de Belo Monte trará à região, assim como sabe muito bem que a oferta efetiva de energia será infinitamente menor do que o apregoado e sabe melhor ainda que para o Pará sobrará pagar eternamente a conta, mas isso não importa, importa é satisfazer o lucro desmedido das empreiteiras, os votos de políticos desonestos, o caixa dois de executivos idem e assim Lula vai afundando mais e mais o povo na m....