Por LEANDRO LAGE, do Amazônia
Pelo menos até o fechamento desta edição, nenhum outro jogador foi contratado por Remo e Paysandu. É que, do jeito que os 'gigantes' paraenses têm importado boleiros, essa matéria pode ficar defasada de um dia para o outro. Em 2009, a política de contratações de Leão e Papão continuou a mesma: trazer reforços a rodo e a toque de caixa. Do início ao fim da temporada, os dois clubes trouxeram, cada um, 16 jogadores. Para 2010, só o Paysandu já trouxe mais 20. Demitiu três e procura mais dois.
Da primeira leva de reforços bicolores, sobrou apenas o meia Zeziel. Ou seja, a diretoria do Paysandu importou metade do elenco para disputar o Parazão 2009 e a Série C e, ao final da temporada, dispensou 94% do total de reforços. Alguns dos que vieram, como o zagueiro Rogério Corrêa e o atacante Reinaldo, até agradaram à torcida, mas o clube não conseguiu mantê-los para a temporada 2010. E, mesmo após 37 contratações ao longo do ano, o Papão continua sem uma equipe fechada para a próxima temporada.
O exagero nas contratações e dispensas, segundo Antônio Cláudio Costa, diretor de futebol do Paysandu, não indica que tenha faltado critério aos dirigentes bicolores. 'Fomos campeões, mas o time não correspondeu ao que a diretoria queria. E a não classificação para o quadrangular do segundo turno do Parazão? E a eliminação da Série C? Por isso foi desmanchado', justifica. 'Além disso, vários jogadores que ainda chegaram a ajudar nos deixaram, como o Rossini, o Reinaldo e o Vélber, que se bateu.'
Antônio Cláudio Costa, no entanto, admite que o clube perdeu o controle sobre a importação de jogadores. 'Para mim, foi até pior do que em 2008', reconhece. A contratação do meio-campista Michell é a mais ilustrativa para explicar a falta de planejamento do Paysandu. No meio da Série C, depois de perceberem que o grupo tinha deficiências, os dirigentes contrataram Válter Lima e Michell. 'Ele veio ganhando salário de R$ 9 mil e não jogou nada. Ainda saiu falando mal da diretoria', diz Costa.
O Paysandu chegou a aproveitar alguns pratas da casa, como Bernardo e Admilton, mas as categorias de base do clube ainda não têm condições de fornecer jogadores prontos para formar um time. E, para 2010, nem com a mini-temporada de amistosos no interior o Papão encontrou jogadores locais para compor o elenco. 'Quando vamos assistir um jogo contra um time pequeno, não tem jogador que possa ser aproveitado. E, quando tem, eles vestem a camisa e não rendem nada', assegura Antônio Cláudio.
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