E não é que Sua Excelência falou?
Pois falou.
Ficou duas semanas em silêncio.
Um silêncio que, em alguns momentos, soou como um grito.
Como um berro.
Mas eis que o secretário Edilson Rodrigues (na foto, da Agência Pará) resolveu dar uma entrevista à repórter Rita Soares, do Diário do Pará.
Esperava-se que explicasse, em detalhes, a crise que resultou na saída do peemedebista Francisco Melo, o Chicão, da esvaziada Secretaria de Obras Públicas (Seop).
Chico, vocês sabem, virou o Émile Zola do governo Ana Júlia.
Mas, vejam só, Sua Excelência disse que nem houve crise.
E sobre aquela ordem para que Chicão pagasse a três empreiteiras R$ 1,9 milhão?
O secretário confirma apenas que deu ordem para que se priorizassem pagamentos, mas nega que tenha mencionado empresas.
Pois é.
Bem que Chicão, agora, poderia vir a público para mencionar as três empresas.
O secretário diz que não vê divergências ou motivos partidários para os cortes de recursos que deixaram a Seop a pão e água; ou nem isso.
Centralização é essencial à Seop
Edilson Rodrigues foi enfático, além disso, ao defender a centralização de recursos.
É preciso ressaltar, todavia, que a centralização é a própria razão da existência da própria Seop, eis que ela existe – ou deveria existir - para centralizar e viabilizar a as obras públicas do governo do Estado.
O que chama atenção é que secretarias que desenvolvem atividades-meio (enquanto a Seop desenvolve atividade-fim) passem a receber recursos.
É o caso da Sepe (Projetos Estratégicos) – pilotada por Marcílio Monteiro, ex-marido da governadora -, para executar obras como o Belém Metrópole.
É o caso, além disso, da Seir (Secretaria de Integração Regional), que vai executar as obras do porto de Marabá.
Como se observa, há um desvio de funções das secretarias.
E o secretário Chicão deve ter se sentido incomodado em comandar uma Secretaria de Obras que não executa as obras fundamentais para o governo.
Tem mais.
É preciso lembrar o fechamento da Companhia dos Portos do Pará (CPH) - que virou departamento da Setrans - e da de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (Cids).
São dois exemplos de órgãos que foram dirigidos por indicações do PT e acabaram praticamente extintos.
Isto é outro debate.
O crescimento da máquina administrativa do Estado estava compatível com o nível de arrecadação do Estado, em um ano afetado por uma crise internacional?
Foi uma medida de enxugamento?
Esta avaliação o governo ainda deve a sociedade, avalio que todos nós entenderíamos, se ela for dada para justificar o controle da máquina pública.
Mas fica a pergunta: a mesma máquina está do tamanho certo?
Esta de acordo com a arrecadação estadual?
4 comentários:
IDESP, onde andas?
Ah, sim. Estás abrigado no SEBRAE. SEBRAE? Nada a ver. Ou tudo a ver com os R$ 40 milhões anuais do orçamento do SEBRAE paraense.
Os prédios desapropriados (na Dr. Moraes com a Nazaré) para abrigar o IDESP, após um mês de "obras" tiveram os trabalhos paralisados. Consta que por falta de pagamento à construtora. Põe andaime de ferro. Retira aindaime de ferro. Governo trapalhão! Os doutores não sabem planejar. Quem não sabe ensina. Quem sabe faz!
Bê, não vou entrar no mérito da entrevista até porque concordo com algumas de suas considerações e faço um mea culpa. Muitas vezes a falta de respostas numa matéria desse tipo é responsabilidade muito mais do entrevistador que do entrevistado. Talvez não estivesse num dia muito inspirado. Depois de ler seu post tenho certeza de que o material poderia ter ficado melhor mesmo
Bom, mas o essencial deste comentário é para te desejar feliz natal (o blog passou ontem o dia fora do ar e não me permitiu fazê-lo). Quero registrar que é um grande prazer privar de sua amizade e da maneira sempre carinhosa com que me tratas. Só tenho uma queixa: és um amigo arisco que pouco encontra os colegas (só te perdôo pelos horários malucos em que trabalhas)
Espero em 2010 continuar contando com seu carinho e atenção. É uma honra privar da sua convivência mesmo virtual e telefônica. Sou sua fã desde os tempos em que ficava na cadeira ao lado da sua tremendo como vara verde enquanto você implacável lia minha matéria de domingo
Que 2010 seja cheio de boas notícias em nossas vidas pessoais e que as fontes públicas nunca sequem para nós
Bjão
Rita Soares
Rita, amiga do coração.
Ao contrário: muitas vezes, entrevistados não sabem nem o que falar porque o entrevistador é muito bom.
É o seu caso.
E outra coisa: editores que leem suas matéria aprendem com você. Sempre aprenderam.
Um grande abraço e um Santo Natal.
E você terá sempre a nossa admiração e o nosso carinho.
Abraços.
Acho que vou emoldurar essa sua resposta (kakakka) e olhar sempre para ela naqueles dias que (acho eu acontece com todo repórter) esteja me sentindo a mosca do cocô do cavalo do bandido. Suas palavras, como sempre, me enchem de alegria e confiança. Bjos mais uma vez e feliz natal
Rita Soares
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