No AMAZÔNIA:
Cinco dos 28 PMs acusados de corrupção passiva foram condenados em julgamento inédito da Justiça Militar do Pará. Eles foram denunciados em 2002 pelo Ministério Público por participação em esquema de cobrança de propina em estabelecimentos comerciais.
De acordo com a denúncia, os policiais recebiam dinheiro para prover segurança particular, em tempo de serviço e, com o uso de armas e viaturas da corporação, a farmácias, bares e supermercados na Cremação. À época dos crimes, os 28 acusados atuavam na 4ª Zona de Policiamento Urbano e estavam lotados no 2º Batalhão de Polícia Militar, no mesmo bairro.
Foram condenados a dois anos de reclusão, o capitão Josiel da Paixão Rocha, os sargentos Jesus Tupinambás Lugrime da Costa e Luiz Antônio Eutrópio de Andrade e os cabos Everaldo de Souza Pereira e Daniel Caldas Dias. Todos os condenados ainda podem dar entrada em um recurso para recorrer da sentença dada pela justiça.
O julgamento iniciado ontem pela manhã atende meta do Conselho Nacional de Justiça de julgar, até o final deste ano, todos os processos com datas anteriores a 2005. Os 28 denunciados por corrupção, entre eles o oficial que comandava a 4ª ZPol à época, continuam a exercer suas atividades normalmente.
O promotor de justiça Armando Brasil, do Ministério Público Militar, pedia a condenação de 12 dos denunciados pelo crime de corrupção. São eles, segundo o promotor, os responsáveis por articular e manter o esquema de cobrança de propina descoberto e investigado em procedimento administrativo na Corregedoria de Polícia. Além do então comandante da 4ª ZPol, capitão PM Josiel da Paixão Rocha, apontado na denúncia como cabeça do esquema, estão na lista para pedido de condenação três sargentos da PM. Todos eles confessaram o recebimento de quantias em dinheiro, em depoimentos anexados aos autos.
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