sábado, 14 de novembro de 2009

Condenação para advogado

No AMAZÔNIA:

O advogado João Bosco Guimarães, que assassinou o promotor de justiça Fabrício Couto, crime ocorrido em 2006, dentro do fórum de justiça de Marapanim, foi condenado a 32 de prisão em regime fechado em um julgamento que durou dois dias, cuja sentença foi anunciada no início da noite de ontem. Os sete jurados rechaçaram a tese da defesa de que o advogado é semi-imputável, portanto, teria sido movido por grande emoção quando praticou o crime. Essa tese foi baseada nos laudos da perícia psiquiátrica, realizada em João Bosco, mas que não foi aceita pelo conselho de sentença. Ao contrário, os jurados decidiram pela pena máxima ao advogado, acatando a tese dos promotores de justiça, que pediram pena máxima para o réu, acusando-o de homicídio duplamente qualificado.
Logo após a condenação, o advogado de defesa Jânio Siqueira assegurou que vai apelar contra a sentença e ressaltou que os jurados erraram em não reconhecer as provas contidas nos autos, baseadas nos laudos periciais.
Quando os jurados se reuniram em sala trancada para decidir a sentença, os familiares da vítima fizeram uma corrente de oração e quando a sentença foi anunciada pelo juiz, todos festejaram. A mãe da vítima chegou a passar mal ontem pela manhã, precisando de atendimento médico de emergência.
Logo após a condenação, João Bosco Guimarães retornou para o Centro de Recuperação do Coqueiro, onde já estava preso desde o dia seguinte à execução do promotor.
A sessão, iniciada na última quinta-feira, recomeçou ontem com os debates entre promotores de justiça e a defesa do réu.
Os promotores de justiça José Godofredo Pires dos Santos e Miguel Baía se manifestaram primeiro. Eles convenceram os jurados que o réu 'premeditou o crime, escolheu todas as etapas e, como tal, tem o controle da ação criminosa das suas faculdades mentais'.
O promotor Miguel Baía sustentou a tese de homicídio qualificado, por motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. 'Estamos pedindo aos jurados que não reconheçam a semi-imputabilidade para não haver redução da pena, que entendemos como a doutora Elizabeth (psiquiatra forense), que no caso dele não deve ser reduzida a pena'.
Pela defesa o primeiro a se manifestar foi o advogado César Ramos, que procurou enfatizar a complicada relação profissional que existia entre o réu e a vítima. O advogado destacou a relação conflituosa entre o promotor e advogado 'durante 12 anos de perseguição', e requereu aos jurados para votarem na tese da inexigibilidade de conduta diversa.
César Ramos também requereu a concessão de clemência aos jurados, com o argumento de 'relevante conduta social do réu, que ajudava as pessoas da região onde atuava'. Na outra tese, a terceira sustentada, a defesa procurou destacar a legalidade da redução da pena, requerendo aos jurados para considerarem a semi-imputabilidade. Em seguida o advogado Jânio Siqueira tomou a tribuna para reforçar a tese defensiva e requerer aos jurados para votarem pela semi-imputabilidade.
Morte - O crime ocorreu por volta das 8h, do dia 24 de novembro de 2006, quando o advogado compareceu ao fórum de Marapanim, dirigiu-se ao gabinete do promotor e desferiu seis tiros no peito e na cabeça de Fabrício Couto. Segundo as investigações, em seguida ele saiu do prédio do fórum e efetuou disparos para o alto, afirmando 'matei o promotor'. Bosco Guimarães foi conduzido por uma policial da frente do fórum até a delegacia do município, onde foi preso em flagrante, confessando o crime.

Nenhum comentário: