sábado, 7 de novembro de 2009

Camelôs fecham rua do centro

No AMAZÔNIA:

Vendedores ambulantes fecharam a travessa Padre Eutíquio, em frente ao shopping Pátio Belém, por 40 minutos, em protesto contra as apreensões de barracas feita pela Secretaria Municipal de Economia (Secon), no início da tarde de ontem. A revolta ocorreu porque, de acordo com os camelôs, a prefeitura teria quebrado um acordo, ratificado no dia anterior, que garantiria os trabalhadores nas calçadas da travessa até o fim de janeiro. O secretário de Economia, João Amaral, sequer sabia de tal acordo. Segundo ele, a operação foi apenas para retirar vendedores de comida que não cumpriam normas estabelecidas pela prefeitura, e não, ainda, para desobstruir as calçadas.
Por volta das 14 horas, fiscais da secretaria foram até a frente do shopping center para recolher barracas. Com uso de força, foram retiradas cinco barracas de venda de refeições e de comidas típicas, localizadas na calçada da Padre Eutíquio. Houve bate-boca, gritaria e resistência por parte dos trabalhadores, de forma que eles decidiram queimar pedaços de madeira e entulhos na rua, para bloquear o trânsito, entre a avenida Tamandaré e a Veiga Cabral, no bairro do Comércio travando o já complicado trânsito no centro da cidade.
A travessa foi liberada após negociação com policiais da Rotam e da Polícia Militar. Em meio à confusão, vários comerciantes fecharam lojas temporariamente, com medo de piquetes. Outros camelôs encerraram as atividades de forma súbita, com medo de ver seus equipamentos sendo também apreendidos.
Uma das cinco barracas retiradas era de Loudimar Bittencourt, que vendia refeições na calçada há cerca de 15 anos. Ela diz ter tido prejuízo de mais ou menos R$ 2 mil, uma vez que até a renda do dia também foi levada pelos agentes da Secon. 'Eu estava em casa, porque acordei com pressão alta, quando minha filha, que estava cuidando da barraca, me ligou avisando que a prefeitura tinha levado tudo', conta Loudimar. 'O que mais me revolta é que somos cadastrados na Secon, existe até folha de frequência e chamada. E agora, o que a gente vai fazer? O jeito é montar uma quadrilha para ganhar dinheiro, já que honestamente a gente não pode', ironiza.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Mercado Informal de Belém, Raimundo Raulino, foi ao local das apreensões para apoiar os camelôs, dizendo que a prefeitura havia quebrado um acordo celebrado na semana passada e confirmado na quinta-feira, em reunião intermediada pelo presidente da Câmara Municipal de Belém, Walter Arbage. 'Estava acertado que não haveria retiradas de trabalhadores até o dia 31 de janeiro. Até lá, ficaria decidido para onde o pessoal seria remanejado', garante. Segundo Raulino, a Secon tem retirado barracas aos poucos, trazendo clima tenso para os vendedores ambulantes da Padre Eutíquio. Agora, diz o presidente do sindicato, os camelôs voltarão à Câmara para consolidar o acordo que, segundo ele, estava firmado.

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