No AMAZÔNIA:
Morreu a pauladas, no início da manhã de ontem, o braçal Ernane Guilherme Favacho Oliveira, de 38 anos. Uma testemunha o viu, às 5h30 de ontem, correndo de dois desconhecidos armados com pedaços de paus. A vítima foi alcançada por seus algozes no início da rua da Codajás, quase à esquina com a Estrada do Curuçambá, em frente ao campo do Urubu, no Paar. De acordo com a polícia, Ernane nunca esteve preso e não se sabe de nenhum envolvimento dele com bandidos da área. Acredita-se que ele tenha sido morto ao reagir a um assalto. Os assassinos teriam roubado certa quantia em dinheiro e o celular da vítima.
Ernane vivia de 'bicos' como trabalhador braçal e morava no Paar, com sua mulher e cinco filhos. Na noite do último sábado, por volta das 19h30, ele saiu de casa sozinho sem informar à sua mulher, a empacotadeira Noelma de Lima Oliveira, de 37 anos, para onde ia. 'Imaginei que ele estava saindo para beber porque levou dinheiro e o celular. Não sei quanto ele tinha, mas que tinha dinheiro, isso, com certeza, tinha!', disse Noelma.
Uma moradora de uma rua próxima viu parte do crime, mas se recusou a ir à polícia contar o que viu. Por volta das 5h30, ela saiu de casa para acompanhar a filha até uma parada de ônibus na Estrada do Curuçambá. Antes de chegar à parada, as duas viram Ernane correndo com outros dois homens armados com paus atrás dele. 'Eles vinham perseguindo esse homem desde o outro lado do campo', contou a testemunha, sem se identificar.
A testemunha contou ainda que não viu exatamente o momento em que Ernane recebeu as pauladas, mas ouviu seus gritos. 'Quando vimos aquela correria, tratamos de caminhar depressa para chegar logo na parada. Escutamos só os gritos dele. Logo depois, passaram de volta só os dois correndo. Foi muito rápido', acrescentou a mulher que conta ter ligado para a polícia imediatamente.
Noelma foi informada sobre a morte do marido por moradores da área. 'Ele não tinha inimigos. Acredito que tenha reagido a um assalto, como estão comentando. O celular sumiu e do dinheiro, que eu nem sei quanto era, também nem sinal', disse a mulher que lamentava a perda do marido e o fato de que agora terá de criar sozinha os cinco filhos do casal. 'O meu caçula está com 10 anos', comentou.
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