quarta-feira, 11 de novembro de 2009

“Ah, mas ela provocava...” E daí?

Da leitora Rita Helena Ferreira, sobre a postagem Uma roupa curta, o ridículo, o espalhafato, o inacreditável:

Ao ler determinados blogs, dentre eles o seu, fico aliviada por perceber que há pessoas de mentes esclarecidas neste mundo.
Digo isso porque, ao conversar sobre esse caso com pessoas mais próximas, sejam da família, sejam do trabalho, inevitavelmente ouço comentários do tipo: "Ah, mas ela tem cara de ploc"; "ah, mas ela, com certeza, provocava"; "ah, mas ela não se deu o respeito".
Em outras palavras: não se julga mais o ato, absurdo e ridículo, daqueles alunos que segregaram a moça.
Julga-se a moça.
Vamos imaginar que ela gostasse de mostrar, exageradamente, seus dotes, provocando seus colegas. Ela não é livre? É crime ser sensual? Pode, para muitos, parecer vulgar. Eu mesma considero. Mas daí a agir como agiram seus colegas, há uma enorme diferença!
Ontem, no Jornal Hoje, a pergunta era em cima da conduta da moça. Em nenhum momento se comentou acerca do direito constitucional à liberdade de ser o que é.
Enfim, acho que não é o caso em si que chama a atenção. É ver o número significativo de pessoas que vivem, ainda, na escuridão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Paulo, bom dia

Concordo com a Rita Helena: tá completamente invertido o julgamento do tema. É o ato da barbárie dos estudantes e da atitude da Uniban que deve ser apreciado, e não se a menina usa roupa assim, assado.
Porque essa inversão leva a julgamentos e atitudes vis.

Lembro, quando eu ainda presidia o Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá, que um bancário do Bradesco foi assaltado no interior do Estado, sequestrado, ficou com a vida a fio por muitas horas. Depois do assalto, os bandidos o jogaram na estrada.
Sabe qual o prêmio dele pelo trauma?
Foi demitido pelo banco e o Sindicato então precisou recorrer à justiça, comprovar a insana crueldade do ato até reintegrá-lo ao emprego.

No caso da garota da Uniban, os alunos e a Universidade estão fora do foco dos debates. O que tá pautado é o comprimento da roupa, ou a tintura dos cabelos!
Faça-me o favor!

Vera Paoloni

Anônimo disse...

A jovem saiu de casa, esteve na rua e não foi agredida de nenhuma forma;
Tomou o metrô e não foi agredida;
Desceu no centro e não foi agredida;
Nem ninguém se sentiu incomodado com o seu visual; tampouco com seu vestido.
E não é que dentro de uma Universidade, ela "agrediu" a alguns pitboys-talebans?!
E logo em um local onde, supõe-se, devem conviver pacificamente a diversidade de pensamentos, costumes, culturas e educação superiores.
Mas meia duzia de talebans-hipócritas "encenaram" postura diferente, violenta e radical.
Tudo hipocritamente encenado.
E a "thurma" foi atrás do "trio elétrico".
Lamentável.