sexta-feira, 6 de novembro de 2009

200 PMs chegam a fazendas

No AMAZÔNIA:

Depois de supostos ataques que destruíram duas fazendas em Eldorado do Carajás e Sapucaia, no sul do Pará, o governo do Estado enviou 200 policiais militares para a região. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), o efetivo da PM permanecerá por tempo indeterminado na região e pretende garantir a segurança das pessoas e a 'soberania' das investigações. Também como reação aos casos de violência, o governo retomou ontem em Barcarena (123 km de Belém) um programa de reintegrações de posse de áreas invadidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O MST é acusado pela Agropecuária Santa Bárbara, empresa que tem como sócio o banqueiro Daniel Dantas, de destruir casas e máquinas na fazenda Maria Bonita, em Eldorado do Carajás. À polícia, responsáveis pela fazenda Rio Vermelho (do grupo Agropecuária Rio Vermelho), em Sapucaia, fizeram a mesma acusação. A polícia comprovou ontem a destruição nas duas propriedades, mas não confirma a culpa do MST. 'É cedo para dizer que o movimento ou que os próprios fazendeiros têm culpa', disse o delegado Luís Paulo Gaurão, da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Redenção.
A Santa Bárbara afirmou, em nota, que o prejuízo na fazenda ultrapassa R$ 3 milhões.
Por meio de assessoria, o MST acusou os próprios fazendeiros de causar a destruição. A intenção, segundo o movimento, é causar rejeição aos sem-terra semelhante à ocorrida após a depredação do laranjal da empresa Cutrale, em Iaras (SP), no mês passado.
A propriedade da Santa Bárbara sobre a fazenda Maria Bonita é contestada pelo governo do Pará na Justiça. Segundo o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), a área é do Estado e foi cedida à iniciativa privada.
O órgão diz que houve quebra de contrato após a fazenda ser usada para pecuária e não extrativismo de castanha, como previsto inicialmente. No início do ano, a Justiça deu razão ao governo, bloqueando a venda de duas outras fazendas da Santa Bárbara. A empresa disse esperar que a decisão seja revista e insistiu que seus imóveis não são públicos.

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