No AMAZÔNIA:
Mais de 300 mil pessoas, segundo cálculo da organização, participaram da 7ª Parada do Orgulho GLBT, que movimentou as ruas do centro de Belém ontem à tarde. A caminhada começou na avenida Visconde de Souza Franco e seguiu pelas avenidas Presidente Vargas e Assis de Vasconcelos até a praça Waldemar Henrique, onde foi encerrada com shows e discursos de integrantes de movimentos sociais de Belém e do interior do Estado. Este ano, aproveitando o processo eleitoral, a Parada teve como tema 'A eleição é nosso dia, vote contra a homofobia'.
De acordo com os organizadores, a Parada, desde a sua primeira versão, sempre teve como principal característica o tom político. Este ano, porém, o apelo foi reforçado. A idéia é estimular o voto consciente de uma parcela que se mostra cada vez maior da população e que inclui, além dos homossexuais, os chamados 'simpatizantes' - heterossexuais que apóiam e participam das lutas para garantir os direitos de gays, lésbicas e transgêneros.
Durante toda a passeata, os animadores, posicionados no alto dos cinco trios elétricos que participaram da Parada, repetiram mensagens para que sejam escolhidos nas urnas apenas os candidatos que se preocupam com a causa e com a garantia de políticas públicas para o segmento. As mensagens também pediam que a população evitasse votar em candidatos que defendem as práticas homofóbicas.
A transsexual Bárbara Pastana, uma das coordenadoras da Parada deste ano, lembra que a manifestação em Belém já é a maior da Região Norte. 'Trata-se de uma parcela da população que conta cada vez mais com o apoio da população hetero, como é possível ver a cada ano nas caminhadas. Precisamos participar mais das decisões políticas do Estado e do município e é exatamente essa participação que estamos reivindicando agora. Esse público que está aqui é que é capaz de fazer a verdadeira mudança na sociedade para garantir o fim do preconceito e da violência contra homossexuais', diz.
O crescimento da Parada do Orgulho GLBT ao longo dos últimos anos é, segundo Bárbara, resultado do trabalho dos movimentos homossexuais no Estado. 'Estamos cada vez mais organizados. Ao longo de todo o ano percorremos o Pará organizando grupos e o resultado é a participação de caravanas de mais de 10 municípios na Parada de Belém. Todas são cidades onde já existem pessoas lutando para assegurar a igualdade de direitos sem discriminação por orientação sexual', afirma a transsexual.
Ivon Cardoso, coordenador de Proteção à Livre Orientação Sexual d a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Governo do Estado, explica que a própria criação da coordenadoria pelo atual governo sinaliza um tempo de mudança para os homossexuais paraenses. 'Nosso papel é exatamente pensar em mais políticas públicas para esse segmento da sociedade e que se reflita em mais cidadania para os homossexuais', afirma. Entre as políticas já em implantação, Cardoso cita o também o recém-criado Conselho Estadual da Diversidade Sexual e a lei que possibilitará aos travestis em geral, a partir do próximo ano, a usar o 'nome social' no processo de matrícula em toda a rede de escolas públicas do Estado do Pará.
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