quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ocupações crescem ao longo rodovia Belém-Mosqueiro

No AMAZÔNIA:

Quem costuma trafegar pela PA-391, que liga a Ilha de Mosqueiro a Belém, já deve ter percebido o aumento no número de casas e barracos construídos ao longo da estrada. As residências improvisadas se originam de invasões que estão se proliferando na beira da pista que leva ao distrito. Construídas de madeira, tijolo ou até mesmo cobertas apenas por lonas e plásticos, as moradias já ocupam grande parte da estrada.
Mas a chegada dos novos moradores não está sendo bem vista por quem possui sítios ou chácaras localizadas na estrada. 'Confesso que não me sinto tranqüilo com a chegada dos novos vizinhos. Existem muitas pessoas mal intencionadas que se infiltram nessas ocupações para cometer crimes', declarou a empresária Célia Macedo Costa, que há 12 anos possui um sítio na rodovia. Segundo ela, os terrenos começaram a ser ocupados há 5 anos, quando as primeiras famílias invadiram a área localizada próximo à rua Variante. 'Eles foram ocupando um pequeno espaço e quando nos demos conta já eram mais de 20 famílias. Grande parte dessas áreas invadidas possui dono, mas isso não intimida os invasores', contou a empresária.
O autônomo Samuel Carvalho, que possui um estabelecimento comercial próximo a uma área de ocupação, afirma não se importar com a chegada das famílias. 'Até agora não tive nenhum problema com os invasores. Eles ocuparam áreas improdutivas que não estavam sendo utilizadas. Os proprietários só aparecem depois que as casas já estão prontas, pois esses terrenos estavam abandonados', contou o autônomo.
O desempregado Josenildo Farias Silva, de 38 anos, reside em uma pequena casa de madeira que invadiu há quatro anos.'Quando cheguei aqui só encontrei mato e muita lama, mas consegui derrubar o matagal e construir o meu barraco. Antes de ocupar essa área morava de favor na casa de um cunhado', contou o ocupante, que teme ser retirado do local. 'Tenho medo sempre que aparece alguém da imprensa aqui, pois já penso que estão querendo nos tirar da área. Espero que isso nunca aconteça, pois não temos para onde ir', afirmou o desempregado.
Nazaré Mendes também reside em uma das áreas de ocupação junto com o marido e 3 filhos. 'Podeser longe de Belém, mas pelo menos é minha, já que antes não tinha casa. Espero construir mais um compartimento no próximo ano', revelou.

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