O Bar do Parque vai acabar.
O Bar do Parque, um dos cartões-postais de Belém, um dos pontos de encontro mais antigos da cidade, vai acabar.
O Bar do Parque - de boêmios, notívagos, ocupados e desocupados, intelectuais e nem tanto - está para fechar as portas.
O Bar do Parque, onde se sabe – ou pelo menos se sabia – melhor e em mais detalhes das últimas, da vida de todo sabe, daquela fofoca que todo mundo gostaria de saber, está quase para fechar suas portas.
Vai fechar as portas para que abra as suas uma loja de departamentos.
Salvem o Bar do Parque!
Salvemos o Bar do Parque!
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Você aí, que mora em Belém, alivie-se.
O Bar do Parque não vai fechar. Nem se cogita disso.
Ficará onde está. Continuará Bar do Parque – tomara que por séculos e séculos à frente.
Armou-se aqui num cenário sem o Bar do Parque para que você, que reside em Belém e não sabe o que é o Bar Mascote, de Santarém, compreenda o impacto de uma notícia dessas.
Porque o Bar Mascote – e isto sim, é verdade verdadeiríssima – está para fechar as portas.
É o que informa o Jeso, em seu blog.
Se as negociações com a família Meschede, proprietária do Mascote, chegarem a bom termo – evidentemente que “bom termo” apenas para as duas partes -, o Mascote, à beira do Tapajós plantado há mais de 60 anos, vai se transformar numa loja de departamento do grupo C&A.
Quem vai a Santarém e não visita o Mascote – ou nem mesmo sabe onde ele está – é como se viesse a Belém e não soubesse o que é o que significam, por exemplo, o Ver-o-Peso, o Theatro da Paz ou... o Bar do Parque.
Santarém sem o Bar Mascote – o Mascotão, e não o Mascotinho, aquele da Adriano Pimentel, e que ficaria fora do negócio que está em andamento – é Belém sem o Bar do Parque, Paris sem o Louvre, Londres sem Picadilly Circus, Roma sem a Fontana di Trevi, São Paulo sem o Ibirapuera, o Rio sem o Redendor.
Sem o Mascotão, Santarém perderá uma de suas mais caras referências, um ponto de convergência onde se sente, verdadeiramente, o pulsar da cidade.
Se as negociações entre a família proprietária do Mascote e a C&A ainda não estão encerradas, se o martelo ainda não foi batido, é certo que ainda haverá alguma chance de evitar o fim do Mascote.
Salvem o Bar Mascote!
Salvemos o Bar Mascote!
6 comentários:
Bom dia, caro Paulo:
li o início do post. E quase me precipitei, pensando nos meus ancestrais italianos, que quando alguma coisa saía errada, mesmo que fosse apenas a chuva fora de hora, diziam "...piove, governo ladro..."
E já ia eu aproveitando o ensejo para rogar pragas no nosso desgoverno local...rsrsrs..
Ainda bem que fui até o final do post. Mas, lá ou cá, para não perder o mote, fica registrado o praguejar dos meus avós...
Abração.
Bia,
É o que precisamos nessas horas: da explosão de repulsa com a intensidade com que os italianos fazem.
Como eles fazem, incomparavelmente.
Abs.
O velho Mascote está na minha memória desde os anos 50 quando, ainda morando em Alenquer, ia passar fim-de-semana em Santarém e o ponto de referência preferido era o Mascote, ainda comandado pelo "seu" Meschede.
Ficava horas seguidas saboreando os sorvetes da casa, de sabores incomparáveis naquela época.
Em mais de 40 anos que moro em Belém, indo a Alenquer, via Santarém, obrigatoriamente sempre cultivei uma rotina de dar uma "passadinha" no Dom Amando, no Mascote e visitar o inesquecivel Dom Tiago Ryan, três marcas que identificam Santarém.
Ainda há tempo !
Salvem o Mascote !
Grande Onizes,
Ainda há tempo para salvar, sim.
Torçamos para isso.
Vou postar seu comentário na ribalta, hoje à tarde.
Abs.
Caro Paulo,
o termo "repulsa" - que eu não consegui lembrar ontem - expressa divinamente meu sentimento sobre algumas coisas que nos são impostas e que nos fazem tanto mal.
Fui buscar lá no blog do Juca o comentário que deixei ontem sobre as pesquisas eleitorais, e, com a sua permissão, vou colá-lo abaixo.
Quem sabe, de repulsa em repulsa, a gente vai arranjando um jeito de mudar.
Abração.
"Olhei as pesquisas disponíveis no site do IBOPE e é curioso como as bases amostrais são diversas: Camboriú, simpático balneário de Santa Catarina, tem 94.579 habitantes. Lá, o IBOPE realizou pesquisa eleitoral, com uma amostra de 504 eleitores.
Em Imperatriz, Maranhão, foi realizada pesquisa eleitoral com amostra de 406 eleitores.Imperatriz, por mais pujante que seja, tem 229.671 habitantes.
A cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará tem, segundo a mesma contagem do IBGE de 2007, 1.408.000 habitantes, cerca de 900 mil eleitores, ou seja, tem em eleitores mais do que o triplo da população Imperatriz e dez vezes mais do que Camboriú. E cá o IBOPE realizou pesquisas eleitorais com uma amostra de 602 eleitores.
Uma amostra pequena não permite divulgar determinados resultados, sob pena de distorcer a realidade.
E, penso mais: o problema não é a margem de erro até porque todos os institutos alardeiam sua cientificidade apontando que trabalham com margem para cima ou para baixo. O que me encuca é a ligeira mudança de perfil dos entrevistados a cada sondagem.
Na primeira sondagem, entre 10 e 14de agosto, o perfil por sexo era 47% homens e 53% mulheres. Nesta agora é 46% e 54%, assimzinho, como se esse perfil flutuasse um por cento em 10 dias, principalmente tendo em vista que a base se monta a partir do número de eleitores que está cristalizado desde 6 de amio. Ou não?
Se eu não estou errada, temos um problemão.
Suponhamos que se tenha um indicativo na sondagem anterior que determinado candidato é mais aceito por mulheres do que por homens, ou pelos mais jovens ou pelos mais maduros, pelos mais pobres ou mais ricos, mais aceito entre os que têm maior ou menor escolaridade. Você altera o perfil com duas ou quatro entrevistas a mais ou a menos. Pimba! Fez-se o milagre dos pães.
Três ou quatro entrevistas numa amostra de 602, significa algo em torno de 1% que eu estou alterando, além da margem de erro estatístico."
PS: acho que a isso se chama cabotinismo, né? Até pra isso eu agora já tenho "vocação"...rsrsrs...
Bia, fique sempre à vontade para manifestar suas repulsas aqui.
Olhe, essa questão de amostragem em pesquisas é uma coisa seriíssima.
Como não temos acesso aos elementos que orientam a metodologia de uma sondagem dessas, fica bem difícil fazermos uma avaliação fiel dos números que são apresentados.
Por isso é que as pesquisas ensejam todo tipo de avaliação.
E muitas avaliações são pertinentes, como a que é feita em seu comentário.
Abs.
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