quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Médicos mantêm “estado de greve” na Santa Casa

No AMAZÔNIA:

Após mais uma rodada de negociação com o governo do Estado, ontem de manhã, no Centro Integrado de Governo (CIG), os médicos da Santa Casa de Misericórdia decidiram manter o 'estado de greve'. Pelo menos até sexta-feira, 12, quando Fernando Moraes, representante da Casa Civil, voltará a receber os dirigentes do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindimepa). 'Enquanto for necessário, vamos continuar dialogando', prometeu Moraes, em tom de otimismo, ao deixar a reunião, na qual os médicos apresentaram as alterações sugeridas para a proposta oficial do Estado, apresentada na sexta-feira, 5.
Participaram da reunião, além de Moraes e dos representantes do Sindicato dos Médicos, técnicos da Santa Casa e o diretor do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Roberto Sena. O segundo encontro durou aproximadamente uma hora e, para o diretor do Sindimepa, Wilson Machado, foi bastante proveitoso. 'Não sei se essa negociação se encerra na próxima sexta, mas espero que a gente continue avançando', comentou. Machado falou também sobre a manutenção do 'estado de greve' na Santa Casa. 'Agora que estamos sendo ouvidos pelo governo não tinha porque se manter a greve. Até porque essa era uma das exigências para retomar as negociações. Mas até que se chegue a um denominador comum o ‘estado de greve’ será mantido'.
Na última sexta-feira, o governo estadual havia oficializado sua propostas aos médicos da Santa Casa de Misericórdia. Entre outros itens, ofereceu aumento de 10% para 30% de adicional de insalubridade, regularização do pagamento de adicional de risco de vida e pagamento de pecúlio de até R$ 100, aumento da Gratificação por Desempenho Institucional (GDI) de 30% para 35%, gratificação de 70% por tempo integral e correção do salário para cerca de R$ 3,3 mil. Os médicos tiveram três dias para avaliar a proposta e, ontem, apresentaram uma contraproposta ao governo.
Wilson Machado preferiu não entrar em detalhes, mas adiantou que foram acrescentados 'pontos importantes que ainda não tinham sido contemplados'. Estavam entre as exigências iniciais da categoria a equiparação salarial com os profissionais do Hemopa em R$ 1.080,00, mais o aumento da GDI para 80% e a regulamentação do Plano de Cargos e Salários, além dos benefícios já citados. Atualmente, o salário líquido de um médico da Santa Casa gira em torno de R$ 1,7 mil. Para o representante do governo nas negociações, era impossível responder quanto das reivindicações dos médicos poderia ser atendido. 'Temos que considerar vários parâmetros, legais e financeiros, antes de poder responder. Teremos até a sexta-feira para fazer isso'. Moraes também preferiu prever uma possível conclusão das negociações depois de amanhã.

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