domingo, 21 de setembro de 2008

Adeus a José Valente

No AMAZÔNIA:

Morreu na madrugada de ontem, aos 81 anos, o historiador e escritor paraense José Valente, um dos mais reconhecidos pesquisadores da história social do Estado do Pará. Segundo familiares e amigos próximos, ele estava internado havia algum tempo em um hospital particular de Belém e teve morte natural, atribuída à falência múltipla de órgãos, por volta das 2h. Valente desenvolveu uma extensa carreira na literatura, na política e no jornalismo, tendo, inclusive, colaborado por mais de uma década com artigos, textos e colunas temáticas para O LIBERAL.
O historiador nasceu em 1927 no município de Barcarena, próximo à Região Metropolitana de Belém. Aos 19 anos se mudou para Curitiba (PR), onde casou-se pela primeira vez e teve o primeiro e único filho, Ninrod Valente, hoje com 46 anos. Em 1978, voltou ao Estado do Pará, casou-se com a professora e pedagoga Doralice Nogueira e instalou-se em Belém, onde viveu até sua morte.
Ao longo de sua carreira literária e como historiador autodidata, José Valente lançou mais de dez livros nos gêneros de história, prosa e poesia; sua última obra, 'Musa Pagã', foi lançada no ano passado. Desde a morte da segunda esposa, em junho de 2006, também se envolveu de forma intensa com a música, gravando dois CDs em homenagem a ela - o último deles, com poesias cantadas, gravado em junho deste ano.
O historiador colaborou com diversos artigos e textos referentes à história paraense, com destaque para a coluna 'Hoje no Pará', no antigo caderno Cartaz de O LIBERAL (hoje Magazine), que apresentava ao leitor fatos relevantes que o Estado viveu ao longo dos anos. Apaixonado por Belém, também escreveu diversos artigos contando a história da capital por meio de personagens que deram seus nomes a ruas.
O velório de José Valente transcorreu no início da tarde em uma das capelas do Max Domini, em frente ao Cemitério Santa Izabel, no bairro do Guamá. No local, diversos amigos, colegas de profissão e parentes compartilharam memórias e trocaram mensagens de estímulo.
Em Belém desde a última quinta-feira, o filho único de José Valente, Ninrod, esteve no velório acompanhado da esposa, a advogada Maria Luiza, de 43 anos. O casal mora em Curitiba, mas esteve na capital paraense para encontrar-se com o historiador mais uma vez, dias antes de sua morte. 'Tanto como pai quanto como articulista, intelectual, historiador e escritor, meu pai sempre foi um homem cuidadoso e talentoso no que fez. Dá para ver que ele era uma pessoa extremamente querida aqui em Belém, e, para mim, isto é uma emoção sem precedentes. Vai ficar guardado em minha memória', disse Ninrod. José Valente foi enterrado no Cemitério Santa Izabel por volta das 15h.

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