quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Povo toca fogo em fórum e delegacia


No AMAZÔNIA:

A pacata cidade de Viseu, localizada próxima à divisa do Pará com o Maranhão, enfrentou um dia de fúria ontem. Dezenas de pessoas incendiaram os prédios do Fórum e a Delegacia do município. A invasão aos prédios públicos começou no final da manhã em protesto contra a morte de um adolescente que teria sido assassinado por policiais, na noite de segunda-feira. Todos os processos e equipamentos foram destruídos. Armas e drogas apreendidas ainda foram saqueadas antes que o local fosse consumido pelas chamas.
Com a destruição do Fórum, o grupo se dirigiu à delegacia da cidade, onde retomou os atos de selvageria. Os manifestantes usaram as armas roubadas do Fórum Municipal e expulsaram os policiais. Pelo menos oito presos foram libertados e o prédio também foi incendiado.
O clima de tensão permaneceu na cidade durante todo o dia de ontem, pois havia boatos que a prefeitura e a agência do Banco do Brasil seriam os próximo alvos de saques e destruição. Policiais Militares do Batalhão de Choque de Belém foram enviados para restabelecer a ordem no município e evitar novas cenas de destruição.
Um morador do município que testemunhou todo o episódio afirmou que o vandalismo contra os prédios públicos foi uma ação isolada de grupos ligados ao adolescente morto. O morador não quis se identificar, mas contou que toda a destruição foi causada por cerca de 30 pessoas, a maioria, adolescentes, moradores do bairro do Poeirão e conhecidos na vítima.
Segundo a testemunha, a confusão começou nas primeiras horas da manhã quando um grupo de pessoas chegou ao Fórum querendo saber do paradeiro da vítima. Na noite de segunda-feira, o adolescente morto e outras pessoas jogavam bola e ainda consumiam drogas em um campinho de areia no bairro do Poeirão.
Policiais Militares teriam aparecido no local iniciando uma sessão de espancamento. O grupo foi expulso, mas o adolescente ficou retido pelos policiais.
Populares comentaram que pouco tempo ouviram apenas os disparos. Quando retornaram atrás do adolescente, as pessoas teriam encontrado apenas uma grande mancha de sangue, massa encefálica e um boné que era usado pela vítima. Pela manhã, o grupo ligado ao adolescente queria informações sobre o ocorrido e a localização do corpo.
A testemunha disse que o manifestação começou em frente ao Fórum, mas de maneira pacífica. Um promotor do município teria conversado com os populares avisando que iria investigar a situação e que não tinha conhecimento do corpo.
Não satisfeitos, os manifestantes se dirigiram à delegacia, mas foram repelidos por policiais que efetuaram vários disparos para cima. O grupo teria então voltado ao fórum iniciando a destruição.

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