A promotora de justiça Ana Maria Magalhães de Carvalho denunciou onze pessoas acusadas de associarem-se em bando “para praticar diversos crimes, em especial dano ao patrimônio público e particular, supressão de documentos, incitação ao crime, constrangimento ilegal e dano ambiental”.
Os crimes ocorreram em fevereiro deste ano, durante tumultos em Tailândia, onde se realizava a Operação Guardiões da Floresta, de combate à comercialização ilegal de madeira e carvão. Foram denunciados Arnoldo Leite Pereira, Manoel Castro de Souza, Jailson Lima Paixão, Joilson Lima Paixão, Edson Alves Pinto, José Alves Pinto, Valdinei Ferreira de Lima, Adalto Felipe Rodrigues, Francis Lima Brito, Júnior Pereira Alves e Francisco das Chagas de Lima. Todos eles, segundo a denúncia, são ligados ao “ramo madeireiro e de carvoaria.”
A operação culminou com a apreensão de mais de 50 mil metros cúbicos de madeira ilegais, fechamento de empresas madeiras e destruição de fornos de carvão que operavam na ilegalidade.
“Acostumados a trabalhar na clandestinidade e à impunidade em relação aos crimes ambientais largamente aqui praticados, os donos de serraria e de fornos de carvão prejudicados pela súbita ação estatal decidiram insubordinar-se contra o Poder Público”, relata a promotora.
No dia 19 de fevereiro, por volta das 9h, narra a promotora, vários trabalhadores reuniram-se na empresa Taiplac, onde receberam o comando de fazer o bloqueio da rodovia e expulsar os fiscais ambientais da cidade.
O grupo, até então composto basicamente de trabalhadores, “rapidamente aumentou com a chegada de desocupados, políticos e pré-candidatos às eleições 2008”, diz a denúncia.
Segundo a promotora, “inicialmente, os desordeiros - dentre os quais alguns dos acusados de 1 a 12 - bloquearam a Rodovia PA-150 atravessando uma imensa tora de madeira na ponte sobre o Igarapé de Tailândia, situada próximo ao prédio do Fórum. Para tanto, utilizaram-se de uma pá carregadeira fornecida pelos acusados de 1 a 9. Concomitantemente, o bando colocou pneus em chamas em cima da ponte e tentou quebrá-la com golpes de martelo e picareta, mas o concreto resistiu.”
Os protestos, lembra a promotora, transformaram-se “em uma verdadeira batalha entre civis e policiais militares que perdurou durante todo o dia 19/02/2008 e dominou quase toda a área urbana de Tailândia. Comércios foram fechados, pessoas saíram lesionadas, o prédio do Fórum foi atacado e depredado, bens públicos e processos foram danificados, bens particulares foram atingidos. O trauma foi geral, tanto para os agentes do Estado como para o povo.”
Os manifestantes, ainda segundo a denúncia, arrancaram a porta de ferro e a porta de madeira que dão acesso às dependências do Fórum. Dentro do prédio, quebraram o serviço de protocolo recém-inaugurado, assim como danificaram a janela da Defensoria Pública e a porta da sala do Ministério Público. Dentro da Promotoria de Justiça, danificaram dois computadores completos, duas impressoras, um nobreak, dois aparelhos de telefone fixo, um armário de duas portas, um freezer, um bebedouro de pé, tentaram quebrar o aparelho de fac-símile, os arquivos, as cadeiras e tudo o mais que se encontrava no gabinete. Também jogaram muita água em mais de trinta livros de Direito e nos processos que se encontravam na Promotoria de Justiça. Finalmente, desordenaram absolutamente tudo o que havia nas salas do Parquet e destruíram mais de cem RAEs (Requerimento de Alistamento Eleitoral).
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