terça-feira, 5 de agosto de 2008

Lei do silêncio dificulta a prisão de traficantes

No AMAZÔNIA:

Investigadores da Seccional de Marituba ainda não têm pistas sobre os criminosos que, em menos de dez horas e a partir de sábado, executaram quatro pessoas no município. Segundo eles, as vítimas tinham ligações com o tráfico. Uma das dificuldades encontradas pelos agentes para desvendar esses homicídios é a lei do silêncio. Mesmo quem pode saber algo sobre os crimes prefere manter a boca fechada, preservando a própria vida.
O chefe de operações da seccional, investigador Ricardo, disse que a maior parte dos traficantes com atuação em Marituba é de outras áreas, sobretudo de Belém. Eles deixam as drogas com os que vão vender o entorpecente, os pequenos 'boqueiros' - uma referência a 'bocas-de-fumo'. Esses 'boqueiros' se endividam com os grandes traficantes, para pagá-los no 'apurado'. Ou seja, quando tiver todo o dinheiro da venda da maconha e da cocaína. Só quem não cumpre o combinado acaba pagando a dívida com a própria vida.
Como boa parte dessas pessoas é muito pobre, se envolvem com a promessa de dinheiro rápido e aparentemente fácil. No período de um ano, quando assumiu a Chefia de Operações da seccional, o investigador afirmou que pelo 50 flagrantes de entorpecentes já foram feitos.
Mas são os pequenos traficantes que acabam presos. Isso acontece, segundo o policial, porque os grandes traficantes entregam a mercadoria e não ficam em Marituba. Essa opinião é compartilhada pelo sargento William, da 18ª Zona de Policiamento, cuja base é na Seccional de Marituba. O policial militar e os colegas de farda dele também têm prendido muitos traficantes no município. Tanto ele quanto o investigador Ricardo dizem o mesmo: ao serem presos, os pequenos traficantes não 'derrubam' seus fornecedores porque temem ser mortos.
Mesmo assim, Ricardo disse que, com a desativação do xadrez da Seccional de Marituba, ocorrida na sexta-feira passada por determinação do Ministério Público do Estado, já que o espaço não oferece condições adequadas de abrigar presos de Justiça, os policiais terão mais tempo para se dedicar à investigação dos homicídios. É que, antes, tinham que dividir essa tarefa com a vigilância dos detentos, que, a todo momento, tentavam, e às vezes conseguiam, fugir da carceragem.

Um comentário:

Anônimo disse...

MUITO BOM SGT WILLIAM, GRAÇAS A DEUS, VOCÊ FEZ A SUA PARTE.SÓ FALTA O SISTEMA E A JUSTIÇA REALIZAREM AS SUAS.GRAÇAS AO NOSSO DEUS VC FEZ UM EXCELENTE TRABALHO EM MARITUBA.