No AMAZÔNIA:
O comerciante Joseli Menezes de Lima foi condenado, ontem, a 18 anos de prisão por ter intermediado a morte do empresário Hélio Norman. A defesa apelará pedindo a anulação do julgamento, e o réu poderá aguardar a decisão em liberdade porque é primário e colaborou com o julgamento.
Joseli foi submetido a júri popular e por 5 votos a 2, os jurados atestaram a participação dele no assassinato ao intermediar a contratação dos assassinos. O crime ocorrido em 1997 foi planejado pelos ex-sócios de Hélio, Arnaldo Félix da Silva Neto e Adalberto Batista Rocha, já condenados.
Conforme a sentença, o comerciante foi condenado a 17 anos, acrescidos de mais dois porque o assassinato foi feito mediante pagamento e porque ele teve participação direta. Porém, como tinha 18 anos na época, teve a pena diminuída em um ano, concessão feita a menores de 21 anos. E como também é réu primário e colaborou com o julgamento, poderá aguardar o resultado da apelação em liberdade. O advogado de Joseli, Emerson Leônidas, formalizou o recurso logo após a sentença e disse que o principal argumento será a contradição na votação dos quesitos analisados pelos jurados.
Leônidas se refere a dois quesitos cuja votação determinam a condenação e a qualificação do crime. Em um deles, cinco jurados concordaram com a participação do réu no crime, enquanto dois discordaram. Quando analisaram se foi por intermédio dele que o assassinato se deu, todos disseram sim. Para o advogado, essa diferença de votos dá ao cliente 100% de chances de ter o julgamento anulado, decisão que ele acredita ser tomada daqui a seis ou oito meses. Para a promotora que atuou na acusação, Rosana Cordovil, não há nenhuma chance da condenação ser desfeita.
A promotora afirma que não há o que discutir quando a maioria dos jurados diz que JoseIi teve participação no crime e não deve ser absolvido. Após a leitura da sentença, ela elogiou o réu por não ter se envolvido em outros crimes e ter constituído família, mas observou que cumpre um papel no júri.
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