No AMAZÔNIA:
Pai e mãe visivelmente abalados preferiram o silêncio durante o sepultamento da menina Adrielly Layane Pereira Martins, 6 anos, que morreu, na última quarta-feira, baleada na cabeça durante um confronto entre traficantes na Cremação. Mais de 100 pessoas, entre familiares e vizinhos, foram se despedir da menina, descrita como uma criança que adorava brincar. O corpo chegou ao cemitério particular em Marituba por volta das 10h30 e, após as últimas saudações na capela com um sermão evangélico, a menina foi enterrada em meio a comoção e revolta.
Desde que chegou ao cemitério, o pai ficou sentando no chão, encostado em coluna perto da capela. Os familiares contam que ele não está se alimentando e não fala com ninguém. Chorando compulsivamente, Alexssandro de Jesus Martins, 25 anos, não conseguiu ver a filha ser enterrada e não quis falar com a reportagem.
A mãe, uma jovem também de 25 anos, permaneceu calada. Aline Danieli de Oliveira Pereira, mãe de outros dois meninos, chegou ao cemitério com uma camisa na qual estava estampado 'Eu trago no corpo as marcas de Jesus'. Serena, ela também não quis falar com a imprensa.
Ângela Pereira, avó materna de Adrielly, diz que apesar de desesperada, Aline se mantém firme e 'por ser evangélica tem encontrado muita força em Deus e é o que mantém ela viva para cuidar dos outros filhos'. Os irmãos de Adrielly, Alessandro, 9 anos, e Gabriel, 5 anos, estavam inconsoláveis.
Muitas crianças estiveram no cemitério, várias seguravam cartazes pedindo justiça e não conseguiram conter a emoção de ver a menina no caixão. A melhor amiga de Adrielly, Bianca França, 8 anos, diz que ainda não acredita no aconteceu. 'Passamos todos esses domingos na piscina lá de casa, brincando muito, por que a gente não viajou nas férias. Não consigo acreditar que a minha amiga morreu', conta a menina que segurava um buquê de flores.
Outro amigo da menina, que soluçava ao se lembrar dos momentos de brincadeira com Adrielly, é Tayllor Soares, 11 anos. 'Eu tinha ido comprar farinha no mercadinho perto de casa e escutei o barulho do tiro, mas não sabia o que foi. Depois vi a Adriely sangrando sendo levada para o hospital e estou muito triste', contou o garoto que ficou todo o tempo ao lado do caixão.
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