A montanha pariu um rato.
A expectativa que todos tínhamos, de conhecer melhor as propostas de Edmilson Rodrigues (PSOL) e do Delegado Federal Eguchi (Patriota), esvaíram-se durante o debate promovido nesta quinta-feira (19) à noite, na TV RBA.
Ambos os candidatos, que aspiram a governar Belém a partir de 1º de janeiro de 2021, foram decepcionantes.
Eguchi mostrou-se vago, supérfluo, superficial e, muitas vezes, indefinível em relação a que pretende fazer, caso eleito.
Além disso, reafirmou sua propensão a virar um monotemático folclórico. Ele só fala em combater corrupção. Estamos a ponto de alguém perguntar a Eguchi para que time ele torce, e o candidato responder que vai combater a corrupção. Nada a ver uma coisa com a outra.
Vendo Eguchi falar, temos a impressão de que ele dorme, tem pesadelos com corruptos tentando algemá-lo e, ao acordar, antes mesmo de espreguiçar-se, salta da cama gritando: "Pega o ladrãããããoooooo!". E sai correndo pela casa à procura de corruptos para algemar.
Já Edmilson, pela experiência que tem, e indepedentemente dos méritos ou deméritos dos oitos anos em que já administrou Belém, perdeu as estribeiras, descontrolou-se visivelmente diante das provocações de Eguchi.
Edmilson, como político de longa trajetória, sabia que as provocações sobre o fato de ter sido ele condenado em primeira instância - num processo que no momento está em grau de recurso - seriam levantadas. Isso era tão certo como dois e dois são quatro.
Sabedor da provocação inevitável, deveria reagir da forma mais racional possível. Como? Respondendo conforme o padrão previsto na cartilha: que o processo continua e que, ao final, "provarei minha inocência". É o que todos dizem. Porque isso é o indicado a dizer em ocasiões como a de um debate.
Mas não.
O candidato do PSOL, visível e ostensivamente, descontrolou-se e, no afã de responder a uma provocação com outra provocação, acabou fazendo, no calor da hora, uma afirmação descabida: a de que um irmão de Eguchi teria sido preso por suposto envolvimento em crimes ambientais.
Com isso, não apenas propagou uma inverdade como tornou banais as qualificações que insistiu em colar no adversário durante o debate: o de ser Eguchi um propagador contumaz de fake news.
Essa afirmação foi tão descabida que o candidato do PSOL viu-se na obrigação de desmentir-se e pedir desculpas ao adversário (veja imagem ao lado), uma atitude, sem dúvida alguma, digna, mas insuficiente para evitar que os adversários ignorem o pedido de desculpas e prefiram dar prevalência à afirmação inverídica.Com sua experiência de administrador, Edmilson, no tempo livre de que dispôs para questionar Eguchi, poderia desmontar, destroçar completamente propostas inacreditáveis do candidato do Patriota, como a de tamponar canais de Belém e construir um edifício de 20 andares no lugar onde funcionou o prédio da Palmeira, no centro da cidade. Mas desperdiçou a oportunidade de fazê-lo.
Espera-se mais, muito mais, dos dois candidatos nos próximos debates. Se é que haverá próximos debates.
Mas, escolados que somos, não esperemos tanto como esperamos do debate de ontem.
Convém que conformemos nossas expectativas ao que Edmilson e Eguchi demonstraram ontem.
E ontem eles foram decepcionantes.
Um comentário:
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Amapá no escuro e junto com todo o Brasil sentindo os terríveis efeitos da Covid-19 em meio a prantos de dor pela perda de entes queridos e amigos, enquanto governantes e políticos ficam em guerras internas preocupados com seus próprios interesses e cacifes por eleições e reeleições.
BUNDA BR
Brava gente? Foi. Hoje, mera passageira de
Um país à deriva, cujo timoneiro faz lives
No multicolorido oceano de fétida lama
Defecada por corruptos caras de paus - sempre
Alardeando patriotadas e combate à corrupção.
Brasil acima de todos e dando tudo pra eles - sempre
Rindo e debochando do povo, “E daí, bando de maricas?”
AHT
20/11/2020
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