quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Comoção marca o adeus a sargento assassinado

Do Amazônia

O corpo do sargento Antônio Helio Borges deixou o prédio do Comando Geral da Polícia Militar, no bairro do Marco, por volta das 11h da manhã de ontem, em Belém, em carro aberto do Corpo de Bombeiros. O cortejo seguiu até o Aeroclube da capital, onde o corpo foi embarcado em avião cedido pelo governo do Estado para ser levado até o Maranhão, onde foi enterrado.
Antes da saída do cortejo, familiareas e amigos de farda prestaram muitas homenagens ao sargento, que ficou conhecido na PM como "cabo Helio". Uma salva de tiros, hinos religiosos e o hino da PM fizeram parte do ritual de despedida. Algumas pessoas se pronunciaram e falaram da garra do policial como lutador e defensor dos direitos da categoria. O padre Eloy, coronel da PM, também celebrou uma missa em memória ao policial.
Durante o velório, o provável herdeiro da luta da categoria policial na Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado do Pará (Aspol), Alciran Vieira, exaltou a figura do sargento. "Ele não era apenas um policial, era um sociólogo e, principalmente, um homem que lutou pela categoria. Por isso, nós temos o dever de continuar com a luta", disse Alciran, que provavelmente ficará na presidência da Aspol.
"Já existem algumas conversas para eu substituir o cabo Helio, mas o mais importante de tudo isso é permanecer na luta", acrescentou. Com relação aos problemas enfrentados pela categoria, Alciran disse que uma das principais dificuldades é o déficit de policiais nas ruas. Ele informou que atualmente o Pará conta com aproximadamente 13 mil policiais militares sendo que o ideal seria de 30 mil homens.
Já o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Policia Militar, Francisco Xavier, destacou a dor e a tristeza pela perda do amigo. Ele disse que a situação da segurança pública é lamentável, pois faltam investimentos e lei severa. O cabo Xavier disse que anteontem, antes do velório, o comandante geral da polícia militar, Daniel Mendes, reuniu com uma comissão para falar a respeito das reivindicações.
"Ele disse que iria reunir com os demais integrantes da segurança pública para analisar e tentar acelerar a mesa de negociação, vamos esperar. Temos uma reunião no próximo dia 21 com ele", declarou o cabo Xavier.
Após todas as homenagens o corpo foi colocado no carro do Corpo de Bombeiros e saiu em cortejo até ao hangar do Aeroclube, atrás do carro várias pessoas foram em caminhada expondo faixa em homenagem ao policial. Muitas viaturas da polícia e do motopatrulhamento também acompanharam o cortejo. O avião cedido pelo governo levou o corpo do cabo Hélio e mais quatro pessoas da família do policial.
Caso - O sargento Helio foi baleado durante um confronto com bandidos ocorrido no início da tarde de quinta-feira (7), quando ele estava de folga em seu carro particular em companhia da esposa, Feliciana Mota. Na ocasião, o sargento Helio identificou assaltantes em fuga no centro comercial de Belém. Segundo testemunhas, o policial teria jogado o carro contra os assaltantes, que trocaram tiros com o policial e fugiram. A mulher dele, Feliciana Mota, foi atingida no tiroteio e morreu na hora.
O PM, de 48 anos, foi levada ao hospital na tarde da última quinta-feira (7) e foi submetido a três horas e meia de cirurgia. Após os procedimentos, foi transferido para Unidade de Terapia Intensiva(UTI), apresentando estado de saúde gravíssimo e instável. Antônio Hélio morreu no início da noite do último sábado (9) no Hospital Metropolitano, em Ananindeua.

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