segunda-feira, 4 de abril de 2011

Doutor Almir, o converso à desobediência civil, vem aí

Thoreau: a revolução terá chegado? Para Almir, o doutor
Almir Gabriel, parece que já chegou, sim.
Lá vem doutor Almir travêz.
Doutor Almir vem aí.
Doutor Almir é o Almir Gabriel, um dos mais furibundos antipetistas que a política do Pará já produziu, mas que no segundo turno da eleição do ano passado, pragmaticamente - ou republicanamente, se vocês quiserem -, se converteu ao petismo em meio a afagos e abraços.
Ficou tão petista, mas tão petista que foi o único a acreditar que Ana Júlia ganharia a eleição.
Nem ela acreditava nisso.
Mas ele, parece, acreditou.
Pois deu no que deu.
Pois é.
Mas doutor vem aí na figura de um cavaleiro, igual àqueles das Cruzadas, para iniciar uma cruzada "pela cidadania".
Sim.
Doutor Almir, numa entrevista à repórter Úrsula Vidal que foi exibida no STB, sábado último, no início da tarde, disse que sua meta é iniciar uma desobediência civil.
Converso ao petismo, que tudo indica já foi abjurado, agora doutor Almir prometeu ser o mais bravo, ardoroso e destemido defensor, ativista e militante da desobediência civil.
Ele não disse que de que forma sua desobediência vai se expressar.
Mas deu algumas pistas.
Almir Gabriel com Ana Júlia: esse abraço aí, no segundo turno da eleição
do ano passado, já era um indício de desobediência civil? Será que era?
Revelou, por exemplo, que nos últimos tempos tem lido autores com Hannah Arendt, a alemã que combateu com todo o empenho os regimes totalitários e condenou-os em seus livros "Eichmann em Jerusalém" e "As Origens do Totalitarismo".
Almir disse ainda que já leu de fio a pavio uma das obras clássicas do Direto, intitulada "A Morte do Direito", do italiano Francesco Carnelutti.
E por último, mas não menos importante, o novo converso à desobediência revelou ter lido, como não poderia deixar de ser, o clássico A Desobediência Civil, do americano Henry David Thoreau, que ainda está atualíssima, muito embora tenha sido publicada em 1848.
Almir não disse na entrevista, mas Thoreau legou pérolas assim:

“Quando o súdito nega obediência e quando o funcionário se recusa a aplicar as leis injustas ou simplesmente se demite, está consumada a Revolução”
“A tirania da Lei não é abrandada por sua origem majoritária”
“Só cada pessoa pode ser juiz de sua própria vida”
“Não é suficiente ser deixado em paz por um governo que pratica a corrupção sistemática e cobra impostos para fazer mal a seu próprio povo!”

Hehehe.
Sabe-se lá se o doutor Almir já considera que é chegada a hora de uma revolução.
Vamos saber apenas quando montar num cavalo branco e iniciar sua cruzada.
Mas enquanto ela, a cruzada, não chega, doutor Almir vai sentando a pua.
Vai baixando o sarrafo.
Foi isso que ele fez, por exemplo, quando se referiu na entrevista a Santarém, que sempre o rejeitou.
"Santarém nunca gostou de pagar imposto. Nunca gostou de pagar", bradou, num tom de cruzado, o cruzado da desobediência civil.
Almir também contou que recentemente teve ímpetos de dar um tapa num motorista de táxi, que mencionou o ex-governador paulista Mário Covas (PSDB) - de quem o converso à desobediência civil foi vice na chapa que disputou eleições para a presidência da República, em 1989 - como um exemplo de homem público manchado pela corrupção.
"Eu tive vontade de dar um tapa naquele cara [no motorista]. Tá louco?", desabafou Almir, realçando que Covas era um sujeito tão rigorosamente honesto que anotava, para prestar contas depois, até os refrigerantes que tomava em campanhas eleitorais.
E como não poderia deixar de ser, o doutor distribuiu caneladas a torto e a direito na Vale, que ele considera a quintessência de todos os males que possam existir.
Ao distribuir caneladas na Vale, sobraram muitas, é claro, para "o Rogê".
"O Rogê", no caso, é Roger Agnelli.
"O Rogê" também é aquele que petistas - bem representados pelo cruzado Guido Mantega - tanto fizeram que acabaram por abreviar sua saída do comando da Vale.
Os petistas, no caso, são aqueles que eram inimigos do doutor Almir.
Será que aquele ditado segundo o qual "o inimigo do meu inimigo é meu amigo" faz parte dos princípios da desobediência civil que o doutor Almir vai adotar?
Sabe-se lá.
Mas o certo é que doutor Almir, o converso à desobediência civil, vem aí.
Com espada na mão e montado num cavalo branco.
Lá vem ele!
Ora se vem!

5 comentários:

Anônimo disse...

Leu Thoreau, mas nada entendeu.

Ismael Moraes disse...

Deveria ler Machado de Assis, não apenas pela semelhança com Bentinho, que,por uma suposta traição, amargurou a própria vida para sempre, mas também pela com o Simão Bacamarte, que via a loucura em todos... e acabou como acabou como acabou...

Abaeteaura disse...

Na edilza Fontes

O Aniversário do Paulo Rocha.

....Todas as tendências marcaram presença, uma mais que as outras e, a ex-governadora, Ana Julia Carepa também foi ao evento, além vários prefeitos do PT, só não vi os vinculados a DS (nem deputados, nem prefeitos). Ví prefeitos do PMDB, como o do Moju, Iran Lima e sua esposa e deputada estadual, Nilma Lima.

Como é que o Simão Jatene, prestigia alguém que foi totalmente contra sua eleição, e até hj, desfila, descaradamente com seus opositores. Jatene, deu p este prefeito a regional do SETRAN de Abaeté, e o mesmo aparelhou totalmente o órgão.

Nós do PSDB, q votamos e acreditamos e Jatene, estamaos decepcionados.


http://edilzafontes.blogspot.com/2011/04/o-aniversario-do-paulo-rocha.html

Paulo André Nassar disse...

A velhice pode oferecer 2 coisas ao homem: sabedoria ou senilidade.

Dotô Almir tá fazendo questão de mostrar a todos que tá "de mal a morte" com a primeira.

Anônimo disse...

Vocês ainda acreditam nessa história de politico ser inimigo do outro, ou partido contra partido?Tudo não passa de conveniências particulares ou de pequenos grupos. Vamos anular os votos nas próximas, isso pode ser o que esta escondido na frase de Thoreau : "Um povo, tanto quanto um indivíduo, deve fazer justiça, custe o que custar."