quinta-feira, 19 de junho de 2008

Assassina afirma que foi “movida pelo ódio”

No AMAZÔNIA:

Em depoimento na Seccional da Sacramenta, Edilene dos Santos Gonçalves, de 18 anos, disse que matou a também estudante Soraya Barbosa Marinho, de 15 anos, 'movida pelo ódio'. Mesmo assim, afirmou estar arrependida de ter cometido o assassinato, no qual usou uma faca de cortar pão, que buscou em sua residência. Aluna da 8ª série da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Renato Pinheiro Conduru, no bairro de Val-de-Cães, ela foi ouvida pela delegada Ana Rita Reis Nascimento, que a autuou, em flagrante, pelo crime de homicídio.
Edilene contou que estava na sala para assistir aula de Estudos Amazônicos. Mas, antes do professor entrar na sala, ela disse que percebeu que não levara o livro da matéria e resolveu buscá-lo em sua casa. Era hora do recreio. Ao sair de sua carteira, contou ter sido abordada por Soraya, que teria dito que a odiava. Ela disse para Soraya respeitá-la. Soraya começou a falar alto, dizendo que Edilene não valia nada e não iria respeitá-la. Edilene disse que comunicaria esse episódio à diretora da escola. 'Vai, eu choro', respondeu Soraya, ainda segundo o relato da acusada.
Ao ouvir a discussão, outros alunos da sala passaram a instigá-las, para que brigassem. Edilene, no entanto, saiu da sala e foi para sua casa. Na rua, encontrou duas colegas da escola, para as quais disse que estava indo para sua residência. O trajeto até sua casa levou 15 minutos. Não havia ninguém no imóvel. E, nesse momento, Edilene disse que voltou à sua mente a discussão com Soraya, passando a ter um 'grande ódio' por ela. A acusada disse não saber explicar os motivos que a levaram a pegar uma faca que estava na mesa da cozinha, usada para cortar pães.
Ela colocou a faca na cintura, sob a blusa do colégio, e voltou para a escola. Ao entrar na sala, o professor já estava dando aula. A estudante disse que viu Soraya balançando a cabeça para ela. E interpretou esse gesto como se a aluna estivesse fazendo 'pouco de sua cara'. Edilene percebeu que novamente havia esquecido de trazer o livro e não iria assistir a aula. Mas, ao ver Soraya fazendo 'pouco de sua cara', ela disse não ter pensado duas vezes. Pegou a faca e partiu para cima da estudante, que estava sentada, desferindo duas facadas, no pescoço e nas costas. Ela afirmou que praticou o crime sem pensar e movida pelo ódio. Ainda de acordo com seu relato, houve um grande tumulto na sala, e o professor tirou a faca cravada nas costas da estudante.
Edilene disse que, nesse momento, ficou em 'choque' e foi levada para a diretoria. Ela revelou que há dois meses não se dava bem com Soraya, que havia dito que não gostava dela. Ela afirmou não saber a razão pela qual Soraya não gostava dela. Sem precisar a data, a acusada disse que comunicou o fato a uma diretora da escola. E que ambas foram chamadas à diretoria, quando ficou decidido que Soraya não mexeria mais com ela. Ela afirmou que Soraya cumpriu sua palavra, mas que, na tarde do crime, voltou a provocá-la. A acusada também afirmou não estar omitindo a motivação do crime e afirmou estar arrepedinda de ter matado Soraya. Edilene está recolhida ao Centro de Recuperação Feminino, à disposição da Justiça.

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