Trump e Biden: disputa selvagem define os parâmetros toleráveis em disputa democrática naquela que, diz-se, é a maior democracia do mundo |
Assisti nesta manhã, no Bom Dia Brasil, à imagem de um comboio de Joe Biden, candidato democrata a presidente dos Estados Unidos, sendo perseguido hostilmente por trumpistas, numa estrada do Texas.
Fiquei assustado.
Logo depois, vi imagens em que Trump, num comício, aparecia dizendo que eles não fizeram nada.
Eles, no caso, eram os trumpistas que perseguiam o comboio de Biden.
Fiquei ainda mais assustado.
Trump, a gente sabe, tem não propriamente um parafuso a menos.
Ele tem todos os parafusos a menos.
O grande risco é de que Trump, completamente desparafusado, contamine seus fanáticos a partir para a violência nas eleições desta terça-feira (03).
Um cenário de violência generalizada não é obra de ficção.
Muito pelo contrário, é plenamente possível.
A Folha de S.Paulo desta segunda-feira (02) destaca em reportagem as cautelas que muitos já estão tomando, nos Estados Unidos, para se proteger de atos de violência.
A rede de lojas Walmart retirou armas e munições de suas estantes. Na região central de Washington, as janelas de cafés e restaurantes estão cobertas por tapumes.
A Universidade George Washington, também na capital, pediu a seus alunos que estoquem comida suficiente para uma semana. Patrulhas policiais devem ser incrementadas.
Teme-se que grupos radicais compareçam armados às urnas para intimidar eleitores.
Preocupa também que milícias se recusem a aceitar uma eventual derrota de Trump e marchem nas ruas do país.
Devin Burghart, diretor-executivo do Instituto para Pesquisa e Educação em Direitos Humanos, que monitora grupos radicais de direita, afirma que os estados mais ameaçados são Geórgia e Nevada. Em segundo lugar aparecem Michigan, Pensilvânia, Wisconsin, Arizona e Virgínia.
As autoridades revelaram, recentemente, planos para sequestrar Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, e Ralph Northam, governador da Virgínia. Ambos são democratas.
Grupos armados falam abertamente em ir às urnas para fazer o que eles chamam de “monitoramento” e que especialistas dizem ser uma clara tentativa de intimidação. O porte de armas nas urnas é permitido em diversas partes do país, como Michigan.
Desde o começo da pandemia da Covid-19, o país tem inclusive se armado mais e mais. Segundo o jornal The Washington Post, americanos já compraram 18 milhões de armas em 2020. No estado de Michigan, as vendas triplicaram em comparação com 2019.
E pensar que esse cenário aterrorizante se vislumbra naquela que é celebrada como a maior democracia do mundo.
Vocês imaginem, então, o que poderá acontecer na menor.
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