segunda-feira, 24 de agosto de 2020

"Vou buscar a unidade", promete Thiago Araújo. Mas um racha à vista assombra lideranças de partidos que tentam formar aliança.

Thiago Araújo e Cássio Andrade: o consenso esperado não veio até agora. Ainda virá?

Lideranças de um grupo de partidos - entre eles o PSDB, PSB, DEM e Cidadania - que pretendem formar uma aliança para disputar a Prefeitura de Belém, nas eleições de novembro, amanheceram nesta segunda-feira (24) atarantadas diante de uma missão imprevista e imediata: desarmar os indícios de que a aliança pretendida implodiu antes mesmo de começar.

Essa impressão está sendo fortalecida por dois fatos que se confirmaram hoje.

O primeiro: a escolha do deputado estadual Thiago Araújo (Cidadania) como o nome supostamente de consenso para disputar a Prefeitura de Belém, representando uma composição que pretende reunir dez legendas.

O segundo: a confirmação de que o deputado federal Cássio Andrade (PSB), outro nome cogitado para ser consensual, ficou insatisfeito por ter sido preterido e resolveu anunciar-se como pré-candidato a prefeito, decisão que no momento configura claramente um racha, uma divisão, um dissenso - o termo fica a critério dos leitores - entre o leque de agremiações partidárias até aqui empenhadas em seguir unida.

"Sou pré-candidato, sim. Mas continuo buscando a construção da unidade", confirmou há pouco ao Espaço Aberto, por telefone, o deputado Thiago Araújo. "Acho que neste momento nada é definitivo. O Cássio é meu amigo. Nós vamos conversar. Vamos buscar a unidade, a convergência. Até as convenções, tentaremos buscar o consenso", reforçou o parlamentar.

O otimismo de Araújo contrasta com uma adjetivação curta e grossa, que o Espaço Aberto ouviu ao pedir a uma fonte para avaliar se, pelo menos neste momento, o racha está configurado: "Um problemão", resumiu a fonte, sem acrescentar mais informações, muito embora deixasse clara sua percepção concreta sobre as dimensões políticas que a escolha de Thiago Araújo e uma possível debandada de Cássio Andrade podem significar.

Outra liderança partidária, que preferiu não se identificar, admitiu sua surpresa com a decisão do deputado do PSB. Até porque, segundo informou, na segunda-feira passada, durante uma reunião, Cássio teria dito, em alto e bom som, que apoiaria o escolhido pelo grupo. Mas isso acabou não acontecendo, diante do anúncio de que também é pré-candidato.

Para tornar o quadro ainda mais nebuloso e imprevisível, temos a situação do deputado federal Celso Sabino (PSDB). Como o blog informou no início da tarde de hoje, o parlamentar, muito embora tenha formalizado junto à própria legenda sua condição de pré-candidato, não foi e nem será consultado pelos demais partidos, que o consideram linha auxiliar do governo Helder Barbalho.

Sabino também está sendo alvo de um processo de expulsão que tramita no Conselho de Ética do PSDB Nacional, por ter aceitado o posto da líder da Maioria na Câmara, contrariando orientações da Executiva Nacional, que entrevê na função sinais claros de adesismo ao governo Bolsonaro. Se for expulso, Sabino poderia concorrer pelo Solidariedade, mas ele, conforme também já disse ao blog, acredita que permanecerá no PSDB. E se permanecer, vai disputar na convenção o direito de ser candidato a prefeito de Belém.

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