domingo, 2 de agosto de 2020

Egydio Salles Filho

Egydio Salles Filho: sua morte priva a advocacia paraense de
um dos melhores juristas de sua geração

Egydinho, como chamávamos o advogado Egydio Salles Filho, era um gentleman.
A projeção que alcançou no exercício da advocacia, os cargos públicos que exerceu - entre eles o de secretário de Assuntos Jurídicos de Belém - as causas relevantes (várias de repercussão nacional) em que atuou, nada disso toldou-lhe a serenidade e tampouco afastou-o de gestos polidos e de notável tolerância com os adversários políticos.
Egydinho foi um dos interlocutores preferidos do Espaço Aberto para que ajudasse o blog a traduzir, com pouco juridiquês e muita objetividade, casos complicados, sobretudo os que envolviam questões eleitorais, área do Direito com a qual teve permanente contato.
Ouvi-lo explicar uma questão passava ao jornalista que o ouvia - pelo menos a este repórter - a certeza de que Egydio conhecia a causa, mas, como todo bom advogado, sabia que era preciso conduzi-la sem arroubos ou arrogâncias, sem prenúncios de vitórias por antecipação, mas também sem jamais render-se às derrotas iminentes.
Com a voz grave, mas sempre serena, esgrimindo as palavras com a cautela e a precisão necessárias para torná-las objetivas e verdadeiras, Egydio Salles Filho foi um jurista que, verdadeiramente, honrou a melhor advocacia do Pará.
Sua morte, ocorrida neste domingo enquanto dormia, priva-nos do advogado, da fonte qualificada, do homem púbico íntegro. Mas priva-nos, sobretudo, do convívio com um ser humano com qualidades suficientes para que sua memória fique indelevelmente gravada em nossas lembranças e nossos corações.
Os sentimentos do Espaço Aberto a todos os seus familiares, sobretudo à minha amiga Ângela Salles, uma de suas irmãs.

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