terça-feira, 11 de março de 2014

Dois grupos interessados em assumir o lugar da Colossus


Mais cedo que se imagina, uma outra empresa deverá assumir o projeto de extração de ouro no garimpo de Serra Pelada, depois da saída da empresa canadense Colossus Minerals Inc., que entrou em virtual processo de falência, em fevereiro deste ano, após os fortes indícios, em processo de apuração pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, de que cometeu uma série de fraudes decorrentes do contrato assinado com a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp).
No momento, segundo o Espaço Aberto apurou, dois grupos estão interessados em assumir o projeto. Um deles, formado por acionistas da própria Colossus, se mobiliza para interessar empresa com suporte técnico-financeiro suficiente para tocar o projeto, que demandou investimentos de R$ 450 milhões da empresa canadense.
As estimativas é de que ainda são necessários investimentos da ordem de pelo menos R$ 70 milhões para dar seguimento ao projeto. Mas esse valor, conforme fontes ouvidas pelo blog, é até bastante reduzido diante do potencial econômico do minério a ser explorado. Estudos abalizados avaliam que de 30 a 35 toneladas de ouro e de 15 a 20 toneladas de paládio e platina ainda estão intocadas na região da cava de Serra Pelada, onde a Colossus chegou a construir um túnel de 2 quilômetros de extensão e 140 metros de profundidade (veja a imagem acima, extraída do site de Veja).
Aliás, ainda ontem, esteve nesse local uma comissão formada pelos deputados federais Arnaldo Jordy (PPS-PA) e Domingos Dutra (SDD-MA), pelo promotor de Justiça Hélio Rubens Pinho Pereira, por José Maria Pastana (representante da Seicom), pelo geólogo Oscar Nivaldo Pimenta e por representantes dos garimpeiros.
A comissão foi ver, in loco, as condições em que se encontra o túnel, até agora fechado a sete chaves desde que a Colossus debandou. O próximo passo será a elaboração de um relatório, a ser encaminhado ao Ministério Público e a outros órgãos que estão monitorando, desde o ano passado, o projeto de exploração do minério que restou do garimpo de Serra Pelada.

Fraudes
Em outubro do ano passado, Na semana passada, a Justiça do Pará, a pedido do Ministério Público (MP) local, determinou a intervenção na Coomigasp por suspeitas de venda de carteiras de associados, dívidas trabalhistas forjadas artificialmente e transações financeiras suspeitas detectadas pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf).
As denúncias também indicam que a diretoria da Coomigasp teria recebido dinheiro da Colossus, ao mesmo tempo em que o contrato foi mudado, ampliando as ações da empresa de 51% para 75% e reduzindo a parte dos garimpeiros de 49% para 25%.

Os cerca de 40 mil garimpeiros associados da Coomigasp reivindicam, principalmente, que seja honrado o contrato com a Colossus, aprovado em assembleia em 2007, estipulando 49% das ações para a Cooperativa e 51% das ações para a empresa canadense. 

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