Mais cedo que se imagina, uma outra empresa
deverá assumir o projeto de extração de ouro no garimpo de Serra Pelada, depois
da saída da empresa canadense Colossus Minerals Inc., que entrou em virtual
processo de falência, em fevereiro deste ano, após os fortes indícios, em
processo de apuração pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, de que
cometeu uma série de fraudes decorrentes do contrato assinado com a Cooperativa
dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp).
No momento, segundo o Espaço Aberto
apurou, dois grupos estão interessados em assumir o projeto. Um deles, formado
por acionistas da própria Colossus, se mobiliza para interessar empresa com
suporte técnico-financeiro suficiente para tocar o projeto, que demandou
investimentos de R$ 450 milhões da empresa canadense.
As estimativas é de que ainda são necessários
investimentos da ordem de pelo menos R$ 70 milhões para dar seguimento ao
projeto. Mas esse valor, conforme fontes ouvidas pelo blog, é até bastante
reduzido diante do potencial econômico do minério a ser explorado. Estudos
abalizados avaliam que de 30 a
35 toneladas de ouro e de 15 a
20 toneladas de paládio e platina ainda estão intocadas na região da cava de
Serra Pelada, onde a Colossus chegou a construir um túnel de 2 quilômetros de
extensão e 140 metros
de profundidade (veja a imagem acima, extraída do site de Veja).
Aliás, ainda ontem, esteve nesse local uma
comissão formada pelos deputados federais Arnaldo Jordy (PPS-PA) e Domingos
Dutra (SDD-MA), pelo promotor de Justiça Hélio Rubens Pinho Pereira, por José
Maria Pastana (representante da Seicom), pelo geólogo Oscar Nivaldo Pimenta e
por representantes dos garimpeiros.
A comissão foi ver, in loco, as condições em que se encontra o túnel, até agora fechado
a sete chaves desde que a Colossus debandou. O próximo passo será a elaboração
de um relatório, a ser encaminhado ao Ministério Público e a outros órgãos que
estão monitorando, desde o ano passado, o projeto de exploração do minério que
restou do garimpo de Serra Pelada.
Fraudes
Em outubro do ano passado, Na semana passada, a Justiça do Pará , a
pedido do Ministério Público (MP) local, determinou a intervenção na Coomigasp por
suspeitas de venda de carteiras de associados, dívidas trabalhistas forjadas
artificialmente e transações financeiras suspeitas detectadas pelo Conselho de
Atividades Financeiras (Coaf).
As denúncias também indicam que a diretoria da
Coomigasp teria recebido dinheiro da Colossus, ao mesmo tempo em que o contrato
foi mudado, ampliando as ações da empresa de 51% para 75% e reduzindo a parte
dos garimpeiros de 49% para 25%.
Os cerca de 40 mil garimpeiros associados da
Coomigasp reivindicam, principalmente, que seja honrado o contrato com a
Colossus, aprovado em assembleia em 2007, estipulando 49% das ações para a
Cooperativa e 51% das ações para a empresa canadense.
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