quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Charles Alcântara fica sem partido

Charles Alcântara: sem legenda, mas trabalhando para que o Rede seja criado
Batido o martelo.
Charles Alcântara, que seria o candidatura natural do Rede Sustentabilidade ao governo do Pará nas eleições do próximo ano, continuará sem partido e, portanto, está impedido de concorrer a qualquer eletivo. "Cogitei uma candidatura [ao governo] dentro de uma estratégia, de um contexto, o da criação do Rede Sustentabilidade. Se esse contexto foi alterado, a minha candidatura perde o sentido", afirmou.
Depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou a concessão do registro ao Rede e da filiação de Marina Silva ao PSB de Eduardo Campos, a expectativa se voltava para a opção de Charles, que tinha até a última segunda-feira, dia 14. para se decidir por uma legenda que o tornaria apto a disputar um mandato em 2014. Mas ele preferiu apenas na condição de militante do Rede e dar continuidade, no Pará, aos esforços para formalizar a criação da legenda. Para isso, serão reabertos, nacionalmente, os esforços para integralizar as 492 mil assinaturas, mínimo necessário para que o partido tenha sua criação aprovada pela Justiça Eleitoral.
Charles disse ao Espaço Aberto que, com a opção de Marina pelo PSD, a orientação nacional do Rede é de que seus apoiadores, na medida do possível, também se filiassem ao PSB nos Estados. No Pará, entretanto, não havia sequer a possibilidade de minimizar as divergências entre Charles e os dois maiores representantes do partido no Estado, o ex-vereador Ademir e seu filho, o deputado estadual Cássio Andrade.
"A aliança nacional entre o PSB e os apoiadores do Rede não me obriga a formalizar nenhuma aliança local. Uma das opções que eu tinha para me filiar era o PPS. Mas o PPS tem se notabilizado, nos últimos anos, como um partido meio auxiliar, meio apêndice do PSDB. Isso não é uma crítica, é uma constatação. Isso pesou para a minha decisão de não me filiar a essa legenda e a nenhuma outra", explicou Charles.
Ele rebateu as avaliações de que a opção de Marina pelo PSB demonstraria a propensão da ex-senadora de confrontar princípios e práticas do PT. "A Marina não é antipetista. Se opção que ela fez foi acertada ou não, isso o tempo dirá. No momento, ainda é muito cedo. Podermos avaliar daqui a um tempo. Mas sem dúvida que ela uma grande lição aos que achavam que ela colocaria sua candidatura a serviço de suas pretensões pessoais. Vários outros partidos ofereceram a candidatura presidencial à Marina. Mas ela preferiu fazer a escolha mais complexa, optando pelo PSB", disse Charles.
A ex-senadora, segundo Charles Alcântara, também foi protagonista de um lance político que demonstra uma clara recusa em reforçar a polarização hoje existente entre tucanos e petistas. "Temos 32 partidos em funcionamento no país, mas há uma polarização entre PT e PSDB. É como se fosse um bipartidarismo disfarçado. É como se apenas os dois existissem. Isso é bom para os dois, é claro. Mas não para o Brasil. Não queremos chamar como terceira via a escolha de Marina pelo PSB. Mas o PSB, para Marina, é essa outra via", reforço Charles.

Um comentário:

Francisco Sidou disse...

Parabéns, Charles, pela coerência e altivez. Realmente, o PSB no Pará é uma capitania hereditária eleitoral.Contamos com você na Associação dos Amigos de Salinas, que reunirá em Salinas, no Data Line - em frente às grandes farmácias Big e Extra - dia 15 de novembro (sexta-feira do feriadão), às 20h. Lá você tem legenda, vez e voz.