sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Duciomar bate cabeça com Duciomar. E a greve continua.

Reparem só.

Greve na saúde pública é complicado.

Muitíssimo complicado.

Porque é fato que médicos e profissionais de saúde tratam diretamente da preservação da vida humana.

Precisamos deles, muitas vezes, para viver e sobreviver.

Mas médicos e profissionais de saúde não são robôs.

Comem.

Bebem.

Vestem.

Precisam de transporte e muito mais.

Precisam de dinheiro para prover tais necessidades.

Também precisam viver – dignamente, está claro.

Porque se admitirmos que médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem etc. precisam, com o resultado de suas labutas, apenas e tão somente sobreviver, estaremos implicitamente admitindo que devem continuar recebendo salários miseráveis e enfrentando condições de trabalho mais miseráveis ainda.

Então, é o seguinte: o blog apurou que, até informações em contrário, o governo Duciomar Costa está com seus poderes decisórios, digamos assim, colidindo uns com os outros.

Duciomar bate cabeça com o próprio Duciomar.

Com isso, o dotô retarda o fim da greve e contribui para que o caos na saúde, que já é tamanho, mesmo com todo mundo trabalhando, seja agravado sobremaneira com a continuidade do movimento grevista.

De onde parte a avaliação de que o governo Duciomar não se entende com o próprio governo Duciomar?

A avaliação decorre de fatos notórios que, em grande parte, foram presenciados até mesmo por repórteres.

Acompanhem só.

Na segunda-feira passada, grevistas da saúde fizeram manifestação em frente ao Palácio Antônio Lemos.

Aí, um grupo foi autorizado a conversar com Sua Excelência Oséas Silva Jr., chefe da Casa Civil da prefeitura.

Durante a reunião, ocorrida na sala de reuniões do gabinete do prefeito e conduzida, não esqueçam, por auxiliar de confiança de Duciomar, combinou-se a aprovação de um documento.

Era um documento singelo, mas não menos relevante.

Continha 15 itens.

Previa coisas como instalação de bebedouros, funcionamento pleno do tomógrafo no PSM, respirador para os pacientes e tudo o mais.

Durante a reunião com sindicalistas, conta ao Espaço Aberto quem esteve lá, Oséas se levantou trocentas vezes e trocentas vezes passou a mão no celular para trocar ideias com Duciomar.

Essas cenas foram vistas e revistas – trocentas vezes - pelos circunstantes.

Nada, absolutamente nada do que constou ou deixou de constar no documento passou ao largo da autorização de Duciomar.

Para se ter uma ideia de como o documento não era, como diríamos, ofensivo às finanças municipais e não seria, portanto, empecilho aprová-lo com todas as honras de praxe e estilo, as cláusulas financeiras ficaram de fora.

Acordou-se, nesse sentido, que seria criada uma mesa permanente de discussões sobre questões relativas a salários, por exemplo.

E aí?

E aí que, na segunda-feira, após a reunião, que durou das 10h às 15h, o chefe da Casa Civil disse que Duciomar leria o documento e o assinaria naquele mesmo dia. Se o fizesse, a greve estaria encerrada.

Por volta das 16h, os sindicalistas receberam a informação de que o prefeito só poderia dar uma resposta no dia seguinte, terça-feira, portanto.

Como ainda na segunda mesmo os grevistas tiveram uma assembleia geral, o documento ainda passou por alguns ajustes, mas nada que alterasse o seu mérito.

Eis que chega a terça-feira.

Esperava-se que o prefeito chancelaria o acordo.

Para surpresa geral, na terça-feira o Sindicato dos Médicos foi informado, por um repórter, que a Sesma (Secretaria Municipal de Saúde) divulgara uma nota informando que seria revistas todas as reivindicações constantes do documento, que não incluía, vale repetir, as cláusulas financeiras.

E o mais interessante é o seguinte: o setor jurídico do sindicato diz ter sido informado pela Procuradoria do Município de Belém a informação de que o documento seria inteiramente revisto porque Oséas Silva, o chefe de Casa Civil, não teria autorização do prefeito para negociar o acordo que chegou a ser encaminhado à apreciação do gestor.

É inacreditável.

É verdadeiramente inacreditável que Oséas Júnior não tivesse autorização para tal.

Mas é crível, plenamente crível, que Duciomar não consegue se livrar de uma outra marca: a de ter devastado a saúde do município de Belém.

Assim como, nestes oitos anos, já devastou Belém inteira.

Huno, ele não abandona esse seu jeitinho todo especial de ser.

Huno por huno, temos a saúde municipal devastada.

Uma pena.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não entendo nada de como funciona este tal negocio de "justiça", só queria saber como o nosso falso oftalmologista não perde uma com esta tal de justiça? Será que esta gente que julga o "oftalmologista" Duciomar não tiveram uma "consulta oftamologica" com este "Dr. para não enxergarem as barbalhidades cometidas por este pseudo cidadão?

Anônimo disse...

Ufa! Ainda bem que só acontece em Belém......

Anônimo disse...

Dizer que o atual prefeito acabou com a saúde é uma meia verdade.
Agora dizer que ele acabou com o que restava da saúde é uma verdade, porque o prefeito de antes, o edmilson, havia se encarregado de liquidar com a outra metade.
Por favor, blog, seja justo. Não puxe a sardinha pra brasa de quem já governou a cidade em 8 anos e a deixou em frangalhos, com todo respeito aos frangos.