sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O mundo da Capital, o mundo do interior

Do leitor que se identifica como Aquilles, sobre a postagem "Está na hora de desmontar o palanque":

Sou de Belém, mas é só viver por alguns dias a realidade do povo do sul do Pará pra vermos que é preeciso, sim, separar esse Estado. Mais do que dinheiro, temos que pensar que milhões de pessoas (principalemnte crianças) têm seu futuro usurpado ou mesmo nem perspectiva de futuro têm, por um Estado inoperante, ausente, incompetente.
Hoje, o governo estadual não conseguiu, sequer, dar uma vida digna aos municípios da região que cerca a capital; o que dirá daquelas cidades que ficam a mais de 1000 km da capital?
Eu era radicamente contra a separação, mas depois de ver crianças e jovem com seus fututos roubados por prefeitos corruptos e, consequentemente, sem nada a contribuir para a comunidade e um Estado que não consegue chegar a todos os municípios por não ter estrada ou pistas para pouso, precisei repensar meus conceitos. Neste momento, não podemos ser egoístas em achar que vamos perder algo, mas sim que irmãos nossos ganharão algo que nunca deveriam ter perdido, futuro.
É claro que não acredito em conto de fadas, onde tudo será lindo e maravilhoso. A corrupção continuará, a inoperância dos prefeitos também, do governo do Estado, mas é certo que, com uma nova estrutura instalada no novo Estado, as pessoas terão muito mais possibilidade de cobrar o que de direito. Um MP exclusivo para a região, com pernas para trabalhar, somado com todo o restante do aparato que surgirá, com certeza dará uma outra dimensão para aquela região.
É triste a realidade vivida no interior. Quando a noite cai, parece que voltamos à era primitiva. Tudo parado, as pessoas se recolhem para, no máximo, assistir à novela das 8 e esperar por um dia melhor. Mas como esperar por um dia melhor se nada acontece em suas vidas? E não adianta dizer que nada muda, porque elas não fazem por onde, pois quem está lendo este comentário teve e tem, no mínimo, mais possibildiade de frequentar uma escola do que eles, pois se não fosse assim, não estaria você, neste momento, tendo acesso à internet e lendo um "blog bem conceituado".
Não me venha achar que as crianças e jovens do interior podem ter uma visão de mundo como as da capital, por que isso não é verdade. Pelo contrário, são mundos radicalmente diferentes.
Enfim, antes de sermos paraense, de Belém ou não, somos todos seres humanos e brasileiros. Não podemos deixar que uma parcela de nossa sociedade, que compõe o nosso "futuro"(crianças e jovens), não tenha em sua vida uma palavrinha simples, mas que faz toda a diferença: oportunidade.

7 comentários:

Chico Feitosa Jr. disse...

Sou de Belém e moro em Altamira, município que compõe a região sudoeste do Estado.
Li tuas palavras de desabafo e isso reforçou ainda mais o meu sentimento anti-sepatarista. Ora, o problema como tu bem esclarece não é uma nova estrutura de governo, com todas as suas mazelas, principalmente de corrupção. O problema está nos governantes. E aí o governo do estado tem que entender que o Pará não é só Belém e metropolitana. E aí a populção tem que eleger prefeitos que estejam centrados no desenvolvimento dos seus muicípios, não na roubalheira que assola não só essa região, mas todas as regiões do estado.
Vamos lutar para eleger parlamentares comprometidos em levar recursos que virem obras e benefícios ao povo. Inclusive a tua região está bem representada, no governo, da ALEPA e na câmara federal. Inicie seu desabafo cobrando dos políticos que vc ajudou a eleger pela sua região.

Anônimo disse...

Concordo em gênero e grau com a postagem. Oportunidade e igualdade de condições ao paraenses e aos que adotaram esse pedaçõ de chão. Parabéns pela abordagem Aquiles !

Anônimo disse...

Os prefeitos corruptos que geram essa situação vão virar honestos se a divisão ocorrer?

Segundo a CGU, 80% dos municípios paraenses não tem receita própria suficiente para pagar o salário dos vereadores e do prefeito. Vivem as custas do governo federal e do governo estadual; só foram criados para servir de curral eleitoral. Criar mais um estado vai apenas agravar essa situação.

Se o Brasil fosse um país sério, a gente estaria falando em fusão de municípios e não em divisão de estados.

Anônimo disse...

Achar que a criação de um ente federativo vai resoler a questão é uma grande ilusão.

Será mais um a abrigar políticos pilantras, usurpadores da confiança e, principalmente, do dinheiro público.

Mas se for criar um novo estado sugiro a seguinte lei, de apenas um artigo: fica vedada a candidatura a cargos eletivos de todos os que exercem e exerceram mandatos políticos nos últimos 20 anos no estado do Pará.

Duvido que com uma lei dessas os políticos se preocupem em dividir o Estado. Duvido!

Anônimo disse...

As cidades que mais crescem no Pará - Paraupebas, Marabás, etc. - estão longe de Belém, o que desconstrói o argumento de que a Região Metropolitana de Belém é a mais beneficiada na repartição dos recursos do orçamento do Estado.
Depois, criar novos estados implica em mais custos e gastos; os separatistas dificilmente falam nos custos de seus projetos - por que será?

Anônimo disse...

Feitosa, meu caro, primeiramente, antes de ter a "minha região" tenho o povo, o ser humano (sem demagogias, pois sei muito bem da minha origem humilde) como principal foco do assunto.
Concordo com tudo que vc disse "eleger prefeitos que estejam centrados no desenvolvimento dos seus municípios, não na roubalheira que assola não só essa região, mas todas as regiões do estado"...porém, não é muito simples assim. O cenário político paraense (e o Brasileiro também) atualmente é triste. O povo tem a seguinte opção nas eleições: votar no candidato nº 1 que é ruim, ou votar no candidato nº 2, que é menos pior ??????????????
Infelizmente essa realidade assola os municípios do Pará. Não há possibilidade de ser fazer uma análise política da realidade política vivida no Pará sem que façamos uma viagem no passado, pois como sempre digo: "somos, hoje, frutos do que fizemos ontem e seremos, amanhã, consequência do que fizermos hoje".
Fomos o último estado a aderir à independência do Brasil, isso pode parecer coisa de livro de história apenas, mas não é bem assim. O conceito de atraso, de demora, está embutido no desenvolvimento de nossa sociedade. O Pará, infelizmente, ficou a reboque do Brasil, mesmo com todas as riquezas existentes. Porém, a nossa maior riqueza é o povo, sem sombra de dúvidas.
Não conheço você, Feitosa, não sei dizer se vc já teve a coragem de colocar seu nome à disposição para disputar alguma candidatura, mas o certo é que SE OS BONS SE AUSENTAREM, O MAU PREDOMINARÁ. É justamente isso o que está acontecendo e sempre aconteceu na política do nosso Brasil.
As pessoas de bem não querem se expor no meio político com medo de se "contaminar", o que é um grande erro e quem recebe a fatura dessa omissão é justamente o lado do bem da sociedade, que, infelizmente, muitas vezes, só se dispõe a falar mal da classe política.
Precisamos mudar muita coisa, sim, nesse Pará e nesse nosso Brasil, e uma dessas coisas é a maior participação do BEM no metiê político.
Mesmo estando no século XXI, Feitosa, quando entramos na região sul do Pará, por exemplo, o que encontramos é kilômetros e mais kilômetros de terras onde além do "boi proprietário", o que temos são bovinos dominando o cenário. Apenas meia dúzia de pessoas se beneficiam com esse tipo de investimento que, particularmente, não tenho nada contra, mas ....... e o restante ???? e o desenvolvimento par todos ?????? e a educação ????? e a cultura ????? e o esporte ???? e o lazer ???? etc....etc ..... ??? nessa região quem tem condições financeiras encaminha seus filhos, ainda jovens, para os grandes centros para estudar e "garantir o futuro". Veja só.....os grandes fazendeiros investem no "futuro" de seus filhos mandando-os para os grandes centros e de dentro do campo, de dentro das fazendas, sustentam esses jovens através de depósitos bancários......mas agora me diga, Feitosa, e os filhos dos pobres ??????????????????????? como fazem ??????????????????? para onde são mandados ??????????????? quem os banca ??????????????? não estou sendo utopista, tenha certeza, estou apenas tentando transcrever uma realidade vivida nessas cidades "fim de mundo".
Tente conhecer a realidade de Brejo Grande do Araguaia e me diga se as crianças de lá podem, realmente, acreditar que vamos conseguir mudar a realidade política estadual em tempo para que ela possa garantir seu futuro através dos estudos....vc, meu caro, nem eu, nem Jesus Cristo, conseguirá convencer uma criança dessa, que já nasceu pré condenada, acreditar numa balela dessa.
Volto a repetir, não acredito em conto de fadas, a corrupção etc...etc...continuarão, mas a partir do momento que você descentralizar o centro do poder e transformar esse absurdo de acumular imensas extensões de terras somente para se criar gados e transformar em ambientes mais urbanos com acesso às atividades básicas do estado, com certeza, teremos uma região que proporcionará uma vida bem mais justa para seus habitantes.

Aquilles.

Anônimo disse...

Respondendo ao anônimo das 12:57: É porque não sai do boldo deles.