quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Romaria católica pede paz

No AMAZÔNIA:

A procissão de Nossa Senhora da Conceição, no final da tarde de ontem, promoveu um clamor pela paz. Durante o percurso, os fiéis balançavam bandeirinhas brancas, e cantavam hinos a Maria. A romaria marcou o fim da festividade em homenagem à padroeira no bairro da Cidade Velha, em Belém.
Antes da procissão foi celebrada missa na Igreja de Nossa Senhora da Conceição com a presença do pároco, cônego David Larêdo. Por conta da fragilidade de sua saúde, ele não pode participar da caminhada pelo bairro, mas teve participação ativa durante as duas semanas da festividade. O padre José Satiro, conhecido por todos como padre Zezinho, liderou a romaria, a partir da travessa Breves.
Como já é tradição, neste ano o percurso foi diferente dos anteriores. Em algumas edições, a Santa vai pela rua Cesário Alvin, seguindo trajeto totalmente diverso. Desta vez, após a Breves, os romeiros passaram pela Óbidos, Bom Jardim, Oswaldo de Caldas Brito e Bernardo Sayão, até voltar à paróquia pela Cesário Alvin. Segundo o padre José Satiro, o objetivo de fazer percursos diferentes é alcançar toda a área da paróquia. 'A área é muito grande. Se fôssemos abranger tudo, daria um percurso longo demais, por isso passamos por lugares diferentes a cada ano. Para o morador, é uma honra muito grande', explica.
Sem saber se no próximo ano a procissão passará novamente pelo local onde moram, os moradores capricham nos enfeites, balões e fogos de artifício. Ações como essas, diz o padre, são demonstrações importantes de fé. 'Se cada um fizesse essas coisas, o mundo seria melhor. Temos que trazer a paz primeiro para nosso coração para, daí, fazê-la se manifestar para fora', afirma.
Ronaldo Lima, morador da travessa de Óbidos, encheu a fachada da casa com balões e ficou com toda a família na calçada, esperando a passagem da imagem. Para ele, esse tipo de atitude também é uma forma válida de participar da romaria. 'É interessante participar caminhando junto com a Santa, mas também é bom ver tudo passando pela frente de casa. Tem que aproveitar quando isso acontece, porque não é todo ano', diz.
Na mesma rua, o músico Romano Pereira e seu filho, Romano Victor, de apenas 5 anos, fizeram uma homenagem que emocionou os romeiros. Victor começou a cantar o hino e seu pai completou, tocando violão. Ele usou a fachada de uma empresa de cosméticos, que pertence a seu amigo, para montar um pequeno palco, instalar duas caixas de som em uma mesa de som, além da mesa para réplica da Santa, enfeitada com flores. Tudo isso para oferecer menos de dez minutos de canções. 'Vale a pena, sou muito católico. Sempre que a procissão passa por aqui, eu canto. E agora meu filho participa junto', conta.

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