Com todo o respeito.
Mas a política – sobretudo a paraense – tem coisas tão estranhas que assustam até mesmo os que, de vez em quando, veem boi avuar.
Vejam só esta queda de braço entre governo e oposição na Assembleia.
Um dos pontos de discórdia é o percentual do orçamento que pode ser remanejado.
Ou seja: são os recursos orçamentários que o governo pode aplicar livremente, que não estão amarrados a qualquer rubrica, que não estão sob o torniquete das previsões constitucionais.
Pois é.
O governo está indignado.
Está indignado com um, digamos, governista.
Governista em tese, vocês sabem.
É o deputado Parsifal Pontes, do PMDB.
Parsifal mandou ver.
Apresentou uma emenda, prontamente acolhida pela relatora da Lei Orçamentária de 2010, a também peemedebista Simone Morgado, que reduz o percentual de remanejamento de 25% para meros, ínfimos 3%.
Pois agora é que vocês vão as estranhezas.
Olhem só.
Ontem, Suas Excelências o chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, e o consultor-geral do Estado, Carlos Botelho, deram o ar da graça deles lá pela Assembleia.
Ouviram o seguinte.
1. Parsifal, o governista em tese, não abre mão dos 3%.
2. José Megale, ele mesmo, o líder do PSDB, maior partido de oposição ao governo Ana Júlia, admite um percentual de remanejamento de 15%.
É isso.
Nada menos do que 12 pontos percentuais separam o governismo em tese de Parsifal do oposicionismo empedernido de Megale.
Tem coisas estranhas na política paraense.
Estranhas até para quem vê, de vez em quando, boi avuar.
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