No AMAZÔNIA:
Tumulto, bate-boca e muitas reclamações marcaram o protesto promovido por dezenas de famílias residentes às proximidades do Aterro Sanitário do Aurá, na Região Metropolitana de Belém (RMB), ontem de manhã. Os manifestantes, a maioria catadores de lixo que moram em conjuntos como o Nova Vida, o Verdejante, o Jerusalém-Moaná e o Olga Benário, reivindicam melhores condições de pavimentação e saneamento nos arredores do lixão, que, apesar de situado em Ananindeua, é administrado pela Prefeitura de Belém. Pressionando por uma resposta imediata da prefeitura, os moradores fecharam a estrada de Santana do Aurá, que dá acesso à balança do lixão.
O protesto começou por volta de 8h e só terminou às 12h10, quando o fluxo de veículos de transporte de lixo e entulhos foi liberado. O resultado foi um engarrafamento que se estendeu ao longo da Santana do Aurá. A situação demorou a ser negociada pelos agentes da Guarda Municipal de Belém (Gbel) e da Polícia Militar (PM) que foram enviados para o local. Os manifestantes tinham em mãos uma extensa pauta de reivindicações, que ia da pavimentação urgente dos conjuntos até a instalação de sistemas de água e esgoto adequados na área.
'No verão nossas ruas ficam só poeira e todo mundo fica doente. No inverno, é só lama. Junte isso ao fato de a gente morar do lado do lixão, a maioria trabalhando lá todo dia, e nossa vida vira um inferno', diz a dona de casa Dalva Araújo, moradora do conjunto Verdejante IV. 'A gente só queria que as pessoas olhassem mais para nossa situação. Infelizmente, só fechando a rua por onde passa todo o lixo da cidade é que conseguimos chamar a atenção para cá', completa.
Fogo - Dezenas de catadores de lixo, moradores e representantes comunitários se reuniram na porta de entrada do Aterro Sanitário, no final da estrada, e atearam fogo em uma grande pilha de pneus, pedaços de pau, entulhos e lixo orgânico. As chamas aumentaram de tal forma que uma viatura do Corpo de Bombeiros teve de ser chamada para contê-las. Houve tumulto quando o fogo começou a ser contido, já que os moradores se negaram a sair do local sem uma posição da Prefeitura de Belém.
O major Miguel, comandante da 14ª Zona de Policiamento (Zpol), foi responsável por liderar as negociações com os representantes comunitários. Em contato com a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), ficou decidido que algumas lideranças da área seriam recebidas pela titular da secretaria Pilar Nogueira ainda na tarde de ontem. Somente assim o trânsito de caminhões de lixo e entulhos foi novamente liberado no aterro.
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