No AMAZÔNIA:
Tumulto, reclamação e protestos marcaram o Exame Nacional de Desempenho (Enade), realizado ontem à tarde em Belém. As provas estavam previstas para começar às 13 horas de Brasília, ou seja, às 12 horas na capital paraense. Vários estudantes de ensino superior que deveriam fazer o exame, no entanto, afirmam que chegaram aos locais de realização das provas faltando cinco minutos para o meio-dia, mas encontraram os portões fechados. Revoltados, muitos gritavam em frente ao colégios ou tentavam pular o muro. O tumulto foi maior nas escolas David Salomão Mufarrej, José Veríssimo e Justo Chermont, onde a polícia chegou a ser chamada para acalmar os ânimos. Para esquentar ainda mais o clima, integrantes do Diretório Central dos Estudantes da Faculdade do Pará (FAP), Universidade da Amazônia (Unama), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Faculdade de Estudos Avançados do Pará (Feapa) e da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) protestaram em frente às escolas contra a realização do Enade e entregaram adesivos com a inscrição 'Boicote 2009', incentivando os alunos a assinarem a listas e saíram da sala, sem responder às questões.
A assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que até o início da tarde não tinha conhecimento dos episódios que foram registrados em Belém, mas que todas as escolas do Brasil estavam orientadas a começar as provas, impreterivelmente, às 13 horas de Brasília.
No colégio José Veríssimo, os alunos reclamavam que os portões foram fechados cinco minutos antes do horário previsto. Assim que chegou ao local, a reportagem foi recebida por cinco universitários que ficaram do lado de fora e perderam o exame. 'Nós chegamos e estavam fechando o portão. Umas 20 pessoas não conseguiram entrar. Começamos a empurrar o portão e cinco minutos depois a campainha tocou. Um rapaz tentou pular o portão, mas não conseguiu', disse Marcos Costa, 21 anos, aluno de gestão financeira da Faci.
Queixa - O estudante de gestão de recursos da Faz Ricardo Pinheiro pretende enviar um email para o Ministério da Educação (Mec) contando o ocorrido. Ricardo está se formando, mas o universitário que deixar de comparecer à prova, não recebe o diploma da sua graduação ao fim do curso. 'Que dizer que eu não vou poder pegar meu diploma?', questionou.
Marlone Giubine de Lima, 23, que saiu de Capanema rumo a Belém para fazer a prova, está se formando em gestão financeira, mas também corre risco de ficar sem o diploma. Ele conta que estava com a namorada - também universitária - dentro da escola. Como ainda faltavam alguns minutos para começar a prova, saiu para comprar água. 'Fecharam o portão cinco minutos antes e não consegui mais entrar. Agora vou esperar para ver como vai ficar a situação com o meu curso, lá em Capanema', disse.
A coordenadora do Colégio José Veríssimo, Ivone Silva, garante que os portões foram fechados às 12 horas em ponto. 'Todos os estudantes sabiam que estava marcado no horário de Brasília. Lá em cima tem rapazes de Macapá e Igarapé-Mirí que conseguiram chegar no horário. Infelizmente, os que não chegaram não puderam fazer a prova, porque não tem tolerância', argumentou.
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